Entre as coisas que menos tolero (cada vez menos, consequência da idade...) figuram seguramente:
a desonestidade
a miséria
a estupidez
a vaidade
a arrogância
quinta-feira, novembro 29, 2012
domingo, novembro 25, 2012
Interrompemos esta guerra
We interrupt this war for doctors
to heal, teachers to teach and students to learn.
We interrupt this war to marvel
at sunsets, listen to music and to laugh.
We interrupt this war for poets
to rhyme, sculptors to chisel, and writers to paint pictures with words.
We interrupt this war to plant
tomatoes, mow the grass and to smell the roses.
We interrupt this war to feed the
hungry, build new schools and to stamp out ignorance.
We interrupt this war to clean up
the air, save the whales and to find a cure for cancer.
We interrupt this war to rebuild,
tickle babies and for world peace.
We interrupt this war for PTA
meetings, band concerts and high school graduations.
We interrupt this war for the
Girl Scout Cookies, church bake sales and the Special Olympics.
We interrupt this war for
Disneyland, the World Series and the Super Bowl.
We interrupt this war for
Halloween candy, Thanksgiving Turkey and 4th of July fireworks.
We interrupt this war for
Hanukkah, Christmas and Kwanza.
We interrupt this war to bring
sons, daughters, sisters and brothers home.
We interrupt this war to hear a
message from Our Sponsor: THOU SHALT NOT KILL.
(um
poema de Cappy Hall Rearick )
sábado, novembro 24, 2012
Vanessa Ferreira
Tem 59 anos e trabalha numa dessas lojas que obrigaram os empregados a comparecer anteontem ao trabalho, tal como referi num post anterior. Tal como os colegas, Vanessa não gostou e, então, informou o seu patrão que ia fazer greve; este não teve mãos a medir e chamou a polícia que a avisou que ou ela ia trabalhar ou ia para a cadeia. Diz Vanessa, que ganha $11.90 à hora: “(…) "They pay low wages, then the taxpayers pick up the tab for food stamps and Medicaid. They need to take care of their people. They need to be responsible to their workers." Vanessa adianta, referindo-se aos colegas: “They're so scared (…) I couldn't get anybody to join." Vanessa, querida, nunca ouviste falar em “personal responsibility”? Nunca ouviste dizer que nem o governo nem a entidade patronal tem obrigação de cuidar de ti? Nunca ouviste dizer que isso a que te referes só acontece nos “Nanny States of Europe” e que é por isso que eles estão agora cheios de problemas? Nunca ouviste dizer que, se não ganhas o suficiente, que a culpa é tua porque não tens iniciativa e és preguiçosa? Nunca ouviste dizer, “if you don’t like it, leave!”? Isto é pura especulação da minha parte porque não sei nada sobre a senhora, mas será que veio para cá para fugir à crise e viver o “sonho americano”?
É por estas e por outras que os trabalhadores aqui não protestam; resignam-se e tomam antidepressivos. O que me chamou à atenção nesta notícia foi o nome português da protagonista e o que me levou a escrever este post foi só para dizer a quem estiver com vontade de ir vencer a vida além fronteiras, que não olhem só para o salário; olhem, também, para o custo de vida. A trabalhar 40 horas, $11.90 dá menos de 23 mil dolares por ano, pouco mais de 1900 por mês. Isso pode ser uma pequena fortuna no nosso país, mas aqui não chega. E não pensem que vão ter os mesmos dias de férias, feriados, subsídios ou um Estado Social semelhante ao que deixaram para trás. Façam bem o trabalho de casa e não venham nem às escuras nem à penumbra. Ouve-se sempre falar nos casos bem sucedidos, mas não são os únicos. Este país tem muitas coisas boas, mas não é para fracos. Ah, e já agora, lembrem-se do seguinte ditado: “Life isn’t always greener on the other side of the river.”
sexta-feira, novembro 23, 2012
quinta-feira, novembro 22, 2012
Thanksgiving & Black Friday
Para quem não sabe, hoje é o
Thanksgiving, ou Dia de Acção de Graças. É um feriado que cai sempre na 4ª
quinta-feira de Novembro e é tão importante (se não for mais) como o Natal. É um
dia tradicionalmente passado em família, com pratos típicos, quando é costume as
pessoas darem graças a Deus e comer em excesso. Mas ao fim de tantos anos
habituei-me e hoje já estranharia não o comemorar. O que me leva para falar de
Black Friday, que é como quem diz, a sexta-feira a seguir ao Thanksgiving e que
marca, também, o início da quadra Natalícia. Embora não tecnicamente feriado,
existem muitas empresas que oferecem esse dia aos trabalhadores e também há
muitas pessoas que tiram um dia de férias para descansar e fazer a digestão do
que comeram no dia anterior...ou para ir para as compras. O certo é que são
poucos os que trabalham no dia a seguir ao Thanksviving (por sinal, um dos meus
dias favoritos para ir trabalhar: Peace and Quiet!)
Black
Friday é um dia marcado por saldos e descontos como não se vê em mais altura
nenhuma do ano e é um dia marcado, também, por loucura; sim, loucura, pois só
loucos vão para as compras de madrugada, só loucos fazem campismo em frente das
lojas com uma semana de antecedência, só loucos se sujeitam a longas filas,
berros, faltas de respeito, empurros e amuos pelo privilégio de serem dos
primeiros a ser atendidos e sair das lojas todos contentes e orgulhosos com
porcaria nos carrinhos de compras quase toda ela “colada a cuspo” na China. Já
tem havido, inclusivamente, quem morra esmagado no meio de tanta confusão.
Estou-me a lembrar do que se passou por aí em Maio passado com o Pingo Doce: "(...) dou-vos o que precisam ao preço da chuva; em troca, posso tratar-vos (...) como pedaços de merda com uma carteira com o pouco dinheiro que serve para pagar a mercadoria que vos vendo.”
Este ano a polémica e loucura
parece ser ainda maior. Lembram-se de eu dizer que, para muitos, o dia de hoje
é ainda mais importante que o Natal? Ora bem, este ano há uma série de lojas
que entendem que abrir as portas à meia-noite é muito tarde e, então,
resolveram abrir-las ainda hoje, o que faz com que muitos empregados não possam
passar o dia em família. Deus abençoe a ganância e o capitalismo desenfreado!
Atitudes
O seguinte
texto foi copiado, na íntegra, de uma revista que li numa sala de espera antes
de ser atendida e é da autoria de Ben Affleck
“At the time the Dafur conflict was in the news, I learned that these atrocities, as tragic as they were, accounted for only a fraction of the war, famine, and disease on the Democratic Republic of Congo alone. I took a year or two to educate myself travelling to the region and meeting with local academics, politicians, and survivors. It became clear that the people of eastern Congo needed funds to start businesses, create trade schools, and establish organizations to better educate women. I felt it was important to alter the perception that Africa is a continent of starvation, potbellies, and helplessness. I never saw any of that. In fact, I saw the opposite. “vengefulness”? No – actually quite forgiving. “Lazy”? Industrious. “helpless”? Eager to learn and help the communities. So I founded ECI, an advocacy and grant-making initiative that supports Congolese organizations dedicated to building sustainable communities. It has been inspiring to see a classroom of kids excited to answer questions and to meet a woman who’d once been a sex slave but is now studying law. The people in this part of the world have overcome horrible things like rape, imprisonment, and disfigurement. Their passion for life is what makes me believe change is possible.”
“At the time the Dafur conflict was in the news, I learned that these atrocities, as tragic as they were, accounted for only a fraction of the war, famine, and disease on the Democratic Republic of Congo alone. I took a year or two to educate myself travelling to the region and meeting with local academics, politicians, and survivors. It became clear that the people of eastern Congo needed funds to start businesses, create trade schools, and establish organizations to better educate women. I felt it was important to alter the perception that Africa is a continent of starvation, potbellies, and helplessness. I never saw any of that. In fact, I saw the opposite. “vengefulness”? No – actually quite forgiving. “Lazy”? Industrious. “helpless”? Eager to learn and help the communities. So I founded ECI, an advocacy and grant-making initiative that supports Congolese organizations dedicated to building sustainable communities. It has been inspiring to see a classroom of kids excited to answer questions and to meet a woman who’d once been a sex slave but is now studying law. The people in this part of the world have overcome horrible things like rape, imprisonment, and disfigurement. Their passion for life is what makes me believe change is possible.”
Não recomendo passarmos a vida com a cabeça enterrada na
areia como a avestruz, acho que criticar o que está mal é saudável e que tomar
uma atitude proactiva é sempre de louvar, mas será que temos mesmo razão para
refilar tanto? Há uns tempos atrás houve uma sondagem que comparava os índices
de felicidade entre vários países do Mundo. Este estudo concluía que a America
é o país com maior taxa de depressão, que os países
escandinavos têm as maiores taxas
de suicídio e que é em África onde
existem as taxas mais baixas de depressão. Isto faz pensar. A conclusão que esta
leiga tira é a seguinte: 1-) Um elevado nível de vida não implica,
necessariamente, felicidade; 2-) Factores genéticos ou desequilíbrios de certas
substâncias químicas no cérebro à parte, os ocidentais dão demasiada importância
ao materialismo (a coisas que, no fundo, não valem um tostão furado) e pouca importância
às pequeninas coisas da vida e ao que, realmente, é importante. A lufa-lufa quotidiana, o stress, o passar a vida às voltas como uma galinha
sem cabeça, a inveja, a ganância, a luta desenfreada pelo poder, o pensar que a
"relva é mais verde do outro lado do rio"...são apenas algumas das
ratoeiras em que muitas vezes caímos. Eu acho que antigamente as pessoas eram
mais felizes. É verdade que havia muito mais pobreza, a vida era muito mais árdua,
mas acho que as famílias eram mais unidas e a vida mais simples. Eu cresci no
seio de uma família onde tanto o pai como a mãe trabalhavam mas que, mesmo
assim, vinham a casa almoçar – não é como agora. Lembro-me de haver tempo para
comer sopa, 2°prato, fruta e ainda beber um copito de vinho e um café. Hoje em
dia, o que vejo são pessoas a engolir uma sandes e um café enquanto sentadas à
secretária em frente do computador; hoje em dia, tirar “coffee breaks” ou
“lunch hours” é muito mal visto. Hoje em dia, quanto mais conveniências há (portáteis;
telemóveis; carros próprios, etc. etc. etc.) maior a azáfama e mais cancro,
AVCs, ansiedade, irritabilidade e agressão parece haver. E mais individualistas
e indiferentes as pessoas parecem ser.
Quando eu era
criança, os adultos eram uns “chatos” por quanto que mostravam interesse sobre
o que se passava no colégio; os pais faziam questão de saber como tinha sido o
meu dia, de falar com a minha professora e de ver os TPCs que, naquele tempo, chamávamos
“deveres”; quando eram horas de brincar saltava o muro e ia à procura de outras
crianças da minha idade, só havia uma televisão e não era no quarto de ninguém
e nessa televisão só se podia ver um canal e era só à noite e tinha que ser
antes das 23:00 horas quando vinha o Hino nacional - but I digress. Quando eu
era criança um “tweet” era o som que os passarinhos faziam, não uma frase
(obrigatoriamente) curta sobre a vida ou opiniões de cada um. Quando eu era
criança as pessoas que estavam longe comunicavam por telefone, ou escreviam
cartas umas às outras. Que diferença dos dias que correm! Hoje em dia, com o
Facebook, SMS, Twitter, online shopping, online banking, online dating, etc., as
pessoas parecem ser cada vez mais distantes e as relações cada vez mais
superficiais; passar histórias de geração a geração (que enriqueceu tanto a
vida de certas crianças) parece ser, hoje, uma raridade – quem é que tem tempo?
Quando eu era
criança estas modernices não existiam e, no entanto, a vida parecia mais calma.
Alguém ainda duvida da lei “The Law of Diminishing Returns?” (um conceito de
microeconomia que, desculpem, não sei como se diz em português). Tudo isto em
busca de que El Dorado?
Por vezes este mundo em que vivemos
faz-me lembrar uma chaleira com água já a ferver que ficou esquecida em cima do
fogão. Se não apagamos rapidamente o gás vamos ter uma grandessíssima bagunça
para limpar; os recentes conflitos no Médio
Oriente, então, assustam-me como nenhuma outra altercação até agora. Por vezes,
a minha vontade era ir viver para uma comuna de hippies ou para a Amazonia
entre os indígenas (aqueles que o meu livro de História
do 1° ano do Ciclo Preparatório designava de “primitivos actuais” e de quem, na
altura, eu tinha pena, mas que agora por vezes invejo). Com cada
ruga e cabelo branco, cada vez dou menos valor a "coisas" e mais ao
que realmente importa, como relações interpessoais, com a natureza e com outros
seres vivos. E estou mais que farta de ter que trabalhar para "o
sistema". Contudo, admiro quem se
sente útil ou realizado dentro do dito sistema.
E admiro ainda mais todos aqueles que têm coragem para mandar
“o sistema” ao outro lado e fazer o que, realmente, lhes dá gosto e prazer.
Claro que
antigamente nem tudo eram rosas e que agora há coisas muito melhores, não é
disso que estou a falar. Tudo isto veio a propósito do texto de Ben Affleck que
me fez lembrar os queixumes e lamúrias com que me deparo todos os dias e me pôs
a pensar. Fico-me por aqui antes que me
apareça alguém pela frente com um colete de forças. Já estou
como o Melga aí dessa banda, “My thoughts are like leaves in autumn…”
segunda-feira, novembro 19, 2012
Frightening truth…
The point goes very much around the meaning of life for each human being. The more I know about others and about myself the more convinced I become of the weight of education or - if you prefer - the importance of the link with the parents, especially with the mother during childhood. People who really grow up are those who dare to go beyond such a "determination" without losing their memory, identity, roots. Such a maturing process may take many years - if not an entire life - and there is people who never succeed, who remain "victim of their birth". Strong people are those who challenge their destiny, who can create (or recreate) it.
Furthermore:
It is very important to give value to ourselves regardless of what we believe is the value others assign to us. We should not behave just to get the applause of others because that is similar to "how nice we wanted to be with mom" in order to please her and deserve her love and attention when we were kids. But that is just another way of saying that self-esteem is key... without falling into narcissism and maintaining empathy with people around us.
I stop here. My thoughts are like leaves in autumn…
domingo, novembro 18, 2012
sábado, novembro 17, 2012
Algumas das minhas citações favoritas sobre a obsessão que alguns têm com a perfeição
I - Brené Brown (perfectionism vs. healthy striving):
· “Perfectionism is not about striving for excellence. Perfectionism is not about achievement and growth. Perfectionism is the belief that if we act perfectly, we can avoid the pain of blame, judgment and shame. Most perfectionists grew up being praised for achievement and performance in our grades, manners and appearance. Somewhere along the way, we adopted this dangerous and debilitating belief system: I am what I accomplish and how well I accomplish it. A ticker tape began to stream through our heads: Please. Perform. Perfect. Healthy striving, meanwhile, focuses on you. It occurs when you ask yourself, ‘How can I improve?’ Perfectionism keeps the focus on others. It occurs when you ask, ‘What will they think?’ Research, unfortunately, shows that perfectionism hampers success and often leads to depression, anxiety, addiction and missed opportunities, due to fears of putting anything out in the world that could be imperfect or disappoint others. It's a 20-ton shield that we lug around thinking it will protect us when, in fact, it's the thing that's really preventing us from taking flight.”
Tenho que fazer um esforço para me lembrar desta distinção. A “perfeição”, por mais que se tente, não existe e por vezes leva-nos a ficar paralizados com medo de cometer erros. E quanto maior for este medo, maior a ansiedade...e maior a probabilidade de errar - para não falar na possibilidade de perder oportunidades devido ao pavor em não sermos perfeitos.
II - Julie Morgenstern
· “Perfectionism is tricky. It seems like a virtue (..) but taken to extremes, it's a paralyzing trap. Perfectionists endlessly berate themselves, judging their work with one of two grades—Perfect or Complete Disaster.”
“Ask yourself who your inner critic is. Usually, it's someone from your past: a harsh parent, teacher, coach, or sibling. Recognize that this voice is probably no longer relevant, and ignore it. Pay attention to people who understand the work you're doing and have a hand in evaluating it.”
“Ask yourself who your inner critic is. Usually, it's someone from your past: a harsh parent, teacher, coach, or sibling. Recognize that this voice is probably no longer relevant, and ignore it. Pay attention to people who understand the work you're doing and have a hand in evaluating it.”
III - Anne Lamont
· “Perfectionism is the voice of the oppressor (…) It will keep you cramped and insane your whole life."
IV - Martha Beck
· “Perfectionism usually paralyzes you before you begin, stiffens you until you screw up, and sends shame howling through your consciousness even if you do well. It's time to wake up and smell this dark-roasted little truth: Perfectionism never delivers on its promise of perfection. It does not work.”
Aquilo que mais chateia nesta senhora é aquela sua presunção de dizer coisas "óbvias" a quem sofre, ou seja, dizer-lhes que o caminho é de expiação pelos pecados cometidos, pelos excessos de hedonismo, pela inconsciência de parecer rico sem ter meios de o continuar a ser.
De resto, é uma atitude semelhante à de Margareth Thatcher nos anos 80 quando tratava os trabalhadores em greve como meninos mimados e traquinas que tinham de levar táu-táu (leia-se: cargas policiais), que é como quem diz, perder o emprego, a segurança social e passar fome para entrar nos eixos da virtude do trabalho obediente e mal pago, para que o Reino de Sua Majestade recuperasse a competitividade e equilibrasse as suas contas.
A Sra Prussiana não anda longe desse paradigma com a diferença de usar luvas de pelica, de colocar aquela máscara de razoabilidade para disfarçar uma agenda nacionalista. Thatcher era honestamente brutal. A Sra Prussiana é comedida mas firme, parece uma freira a ditar o catecismo, talvez um padre no confessionário prescrevendo padres nossos e avés marias. E tem mesmo um argumento de autoridade: o que passaram os alemães de leste após a reunificação e os sacrfícios impostos a todos os alemães para que, agora, estejam muito melhor, que é como quem diz, com salários mais baixos, mas com emprego numa economia que continua a crescer, também à custa dos despesistas do sul.
Os do sul têm uma culpa que agora devem expiar. Todos os do sul têm culpa: os povos e os seus (maus) dirigentes que se renderam aos argumentos dos vendedores de Mercedes e BMW, da Siemens ou da Bayer durante os anos 2007-2010 de luta frenética contra a crise alegadamente importada dos EUA.
Carnage
É, na minha modesta opinião, uma delícia de filme. Sob a direcção de Roman
Polanski, conta com interpretações excelentes de Jodie Foster, John C Reilly, Christoph Waltz e Kate Winslet. Trata-se de uma sátira contemporânea que relata a relação entre
dois casais após uma bulha entre os seus filhos que deixou um deles sem os
dentes da frente. Dois casais de meia-idade, homens e mulheres complexos que
sobrevivem das aparências e que se não tivesse sido o incidente entre os filhos
assim continuariam; para que isso acontecesse também contribuíram uma dúzia de
tulipas, um hamster, um bolo de maçã e pêra, whiskey, café, vómitos...e um smart phone. E mais não digo.
Foi giro assistir à “evolução” das personagens desde o período inicial
marcado por obséquios e cerimónias ao caos total: de “walking on egg shells” a
“I don’t give a shit anymore.” Uma verdadeira “carnificina catártica.” Gostei porque é um filme
que mostra, de forma inteligente e com doses iguais de drama e comédia, o egoísmo
e o superficialismo tão prevalente nas relações actuais, a farsa diária que é a
vida de tantas pessoas e casais da classe média; por isso, é um filme que, sem
ser pesado, nos faz pensar. Gostei porque tem a ver com interações humanas e,
até um certo ponto, psicologia, duas coisas que sempre me despertaram
interesse.
Infelizmente, identifiquei-me muito com Penelope, um papel muito bem
interpretado por Jodie Foster. Aliás, houve certas ocasiões em que parecia que
estava a olhar para o espelho...e não gostei do que vi. Gostei porque não há
nada como vermos os nossos “tiques” nos outros para que nos apercebamos que já
vai sendo tempo de mudarmos pequeninas coisas que não gostamos em nós próprios.
Gostei porque não sabia nada sobre o filme e, assim, deixei-me surpreender.
Do meu ponto de vista, foram 80 minutos bem passados. Outro ponto de vista
(trailer) que não
aconselho a quem quiser ver o filme, pois mostra muitos incidentes que acho
seriam mais engraçados com o elemento surpresa presente
Um mau casamento é prejudicial à saúde...
...e divorciar não
resolverá o problema. De acordo com um estudo de American Psychosomatic
Society, embora casamentos férteis em discussões possam tornar ambos cônjuges deprimidos,
apenas mulheres de meia-idade (e não os homens) apresentam problemas de saúde
associados a problemas conjugais. Nieca
Goldberg, directora do departamento de cardiologia da New York University, diz
o seguinte: a raiva e a hostilidade com que tantos casais vivem pode aumentar as
hormonas do stress associados à resistência de insulina, o que conduz a um
nível mais elevado de açúcar no sangue e a maiores riscos de diabetes e doenças
cardíacas: “There have been studies that
show that if a marriage is stressful, not a good relationship, those women have
higher rates of heart attack.” Por outro lado, “For men, having a problematic marriage is
still emotionally, but not physically, problematic healthwise.” – até nisso
têm mais sorte!... Isto porque, “Women
seem to nurture relationships more than men do and attach significance to the
emotions within relationships more than men do” – what else is new?
O divórcio pode não
ser a solução por uma razão muito simples: tal como dar comprimidos para as
enxaquecas crónicas, insónia, hiperlipidemia
ou hipertensão pode ser equivalente a colocar um penso numa ferida
profunda sem, primeiro, tratar a ferida como deve ser com pontos e desinfetante
(muitos destes problemas são, frequentemente, o resultado de anos de maus hábitos)
também não podemos dizer “(...) ‘Dump your spouse, and you’ll be fine,’ (…) a lot of other
factors (…) go into this. Health habits over a number of years, (…) marital
strife is just a small part of what might help contribute to some of these
health outcomes. (…) The bigger question is (…) ‘Do we want to treat the women
(…) with some medication, or do we want to treat the whole person?’ ”
Este artigo fez-me lembrar um trabalho que fiz para
Abnormal Psychology, uma cadeira de opção que tirei quando estudava gestão e a
que chamei “Cancer as a psychophysiological
disease.” Lembro-me de ter dado muito trabalho, mas também de ter aprendido
muito e de achar todo o material que li super-interessante. No meu caso,
resolvi investigar a relação entre o cancro e a mente (stress), mas podia ter
escolhido uma outra doença qualquer, tais como uma das que o artigo menciona.
sexta-feira, novembro 16, 2012
Década perdida
A análise é de Carmen Reinhart, uma das economistas do mundo mais conceituadas no estudo de crises financeiras.
A resolução da crise europeia e portuguesa deveria incluir reestruturações de dívida pública e privada, defendeu esta tarde Carmen Reinhart, uma das economistas mundiais mais conceituadas em análises e crises financeiras numa conferência em Lisboa promovida pelo Banco de Portugal. Austeridade e reformas estruturais não chegam, avisou.
A economista, que é a mulher mais citada do mundo entre pares, tem-se destacado nos últimos anos a estudar a crises financeiras em todo o mundo os últimos dois séculos, incluindo nas economias avançadas. O seu trabalho que numa parte importante é desenvolvido em parceria com Kenneth Rogoff, um ex-economista chefe do FMI tem sido amplamente difundido nos meios académicos e de decisão de política económica ao mais alto nível.
Carmen Reinhart – que ao contrário dos planos iniciais não veio a Lisboa - falou por vídeo conferência a partir dos EUA para uma audiência que incluía além de Carlos Costa, Governador do Banco de Portugal, Faria de Oliveira, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, e vários economistas e responsáveis do sistema financeiro e dos departamentos de investigação nacionais mais relevantes. “A mensagem não é animadora”, avisou logo ao início a economista.
“Não estou a dizer que a austeridade e as reformas estruturais não são importantes” para resolver a crise. “O que estou aqui para dizer é sugerir que decididamente só isso não chega” para resolver crises da dimensão da experimentada pelas economias avançadas. “Quando as dívidas chegam a este nível, historicamente necessitaram de algum tipo de negociação com os credores”, defendeu.
Reinhart diz que nos últimos anos está habituada a ouvir a “perspectiva optimista” de que se poderão resolver os problemas através de uma estratégia que aposte crescimento, mas avisa com base nos dois séculos de crises financeiras que vem analisando: “há muito poucos exemplos de países que tenham conseguido resolver crises deste tipo apenas através de crescimento”. E não é apenas nas economias emergentes, frisou: “Nas economias avançadas [as resoluções das crises] têm envolvido algum tipo de reestruturação, e nos casos mais extremos, incumprimentos”, afirmou.
A economista considerou que “algum tipo de reestruturação de dívida, privada e pública” é um tema “muito importante para o caso de Portugal” que tem níveis elevados de ambas as dívidas. Mas Reinhart defendeu também que essa necessidade não se esgota sequer no Sul da Europa. A economista fez questão de sublinhar que “esta é a maior crise que vimos desde a grande depressão” e que é preciso ponderar mecanismos de alívio de dívida “não apenas na periferia europeia”, mas também nos EUA e no Reino Unido.
Uma década perdida pela frente
As investigações que tem desenvolvido com os economistas Kenneth Rogoff e Vincent Reinhart mostram que, historicamente, crises da dimensão da actual levam mais de uma década a ultrapassar. “Não é um ano ou dois, é uma década”. Em média, nos dez anos após a crise “o crescimento do PIB é mais baixo entre 1 e 1,5 pontos do que na década anterior” e “o desemprego é em média 5 pontos superior", afirmou. Muitas vezes, mesmo dez anos depois, PIB e desemprego ainda não voltaram aos níveis anteriores à crise, avisou.
Sobre a desalavancagem da economia - isto a redução do endividamento - Carmen Reinhart aponta para que a sua conclusão demore em média sete anos após o início do processo de desalavancagem, o qual por sua vez só tem início dois a três depois do eclodir da crise (os primeiros anos aliás são tipicamente marcados por aumentos de dívida, especialmente pública, como esta crise bem demonstra). Ou seja, o processo está apenas a começar.
A análise da economista aponta assim para o final desta década como meta para a recuperação da crise nas economias avançadas. Mas esta é uma média: poderá levar menos tempo, com as políticas adequadas; poderá demorar mais, com as políticas erradas.
É por isso que defende que as economias avançadas avancem o mais rapidamente possível para reestruturações de dívida privada e pública. “Não há saídas fáceis. Será difícil e implicará novas perdas de PIB. A opção é entre sofrer agora e recuperar depressa, ou conter os danos agora, mas ficar num marasmo indefinidamente”, respondeu a um dos membros da audiência. “A escolha não é fácil”, reconheceu, mas defendeu que “o adiamento das reestruturações em Portugal, Espanha, Irlanda ou Itália fazem muito, muito mal”.
copiado de Jornal de Negócios on-line
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=HOMEPAGE_V2
A economista, que é a mulher mais citada do mundo entre pares, tem-se destacado nos últimos anos a estudar a crises financeiras em todo o mundo os últimos dois séculos, incluindo nas economias avançadas. O seu trabalho que numa parte importante é desenvolvido em parceria com Kenneth Rogoff, um ex-economista chefe do FMI tem sido amplamente difundido nos meios académicos e de decisão de política económica ao mais alto nível.
Carmen Reinhart – que ao contrário dos planos iniciais não veio a Lisboa - falou por vídeo conferência a partir dos EUA para uma audiência que incluía além de Carlos Costa, Governador do Banco de Portugal, Faria de Oliveira, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, e vários economistas e responsáveis do sistema financeiro e dos departamentos de investigação nacionais mais relevantes. “A mensagem não é animadora”, avisou logo ao início a economista.
“Não estou a dizer que a austeridade e as reformas estruturais não são importantes” para resolver a crise. “O que estou aqui para dizer é sugerir que decididamente só isso não chega” para resolver crises da dimensão da experimentada pelas economias avançadas. “Quando as dívidas chegam a este nível, historicamente necessitaram de algum tipo de negociação com os credores”, defendeu.
Reinhart diz que nos últimos anos está habituada a ouvir a “perspectiva optimista” de que se poderão resolver os problemas através de uma estratégia que aposte crescimento, mas avisa com base nos dois séculos de crises financeiras que vem analisando: “há muito poucos exemplos de países que tenham conseguido resolver crises deste tipo apenas através de crescimento”. E não é apenas nas economias emergentes, frisou: “Nas economias avançadas [as resoluções das crises] têm envolvido algum tipo de reestruturação, e nos casos mais extremos, incumprimentos”, afirmou.
A economista considerou que “algum tipo de reestruturação de dívida, privada e pública” é um tema “muito importante para o caso de Portugal” que tem níveis elevados de ambas as dívidas. Mas Reinhart defendeu também que essa necessidade não se esgota sequer no Sul da Europa. A economista fez questão de sublinhar que “esta é a maior crise que vimos desde a grande depressão” e que é preciso ponderar mecanismos de alívio de dívida “não apenas na periferia europeia”, mas também nos EUA e no Reino Unido.
Uma década perdida pela frente
As investigações que tem desenvolvido com os economistas Kenneth Rogoff e Vincent Reinhart mostram que, historicamente, crises da dimensão da actual levam mais de uma década a ultrapassar. “Não é um ano ou dois, é uma década”. Em média, nos dez anos após a crise “o crescimento do PIB é mais baixo entre 1 e 1,5 pontos do que na década anterior” e “o desemprego é em média 5 pontos superior", afirmou. Muitas vezes, mesmo dez anos depois, PIB e desemprego ainda não voltaram aos níveis anteriores à crise, avisou.
Sobre a desalavancagem da economia - isto a redução do endividamento - Carmen Reinhart aponta para que a sua conclusão demore em média sete anos após o início do processo de desalavancagem, o qual por sua vez só tem início dois a três depois do eclodir da crise (os primeiros anos aliás são tipicamente marcados por aumentos de dívida, especialmente pública, como esta crise bem demonstra). Ou seja, o processo está apenas a começar.
A análise da economista aponta assim para o final desta década como meta para a recuperação da crise nas economias avançadas. Mas esta é uma média: poderá levar menos tempo, com as políticas adequadas; poderá demorar mais, com as políticas erradas.
É por isso que defende que as economias avançadas avancem o mais rapidamente possível para reestruturações de dívida privada e pública. “Não há saídas fáceis. Será difícil e implicará novas perdas de PIB. A opção é entre sofrer agora e recuperar depressa, ou conter os danos agora, mas ficar num marasmo indefinidamente”, respondeu a um dos membros da audiência. “A escolha não é fácil”, reconheceu, mas defendeu que “o adiamento das reestruturações em Portugal, Espanha, Irlanda ou Itália fazem muito, muito mal”.
copiado de Jornal de Negócios on-line
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=HOMEPAGE_V2
domingo, novembro 11, 2012
Uma hora e meia com um dos maiores trompetistas de jazz de todos os tempos (há quem diga o maior)
Uma boa semana de trabalho a todos
"Vote the Humans Out"
Recebeu 7 319 votos e ficou em 3° lugar. Diz Anthony Roberts, dono do gato Hank, "(…) we still raised $60,000 for animal rescue (…) there are literally going to be lives that are saved with that. From our personal point of view we got to share our kitty with the entire world, and that's really great."
Quando é que esta moda pega em Portugal?
sábado, novembro 10, 2012
Uma história triste com um final feliz
Em 1944 Thomas Beck tinha 15 anos e
Edith Greiman 14. Conheceram-se em Budapeste, num campo de concentração Nazi e
apaixonaram-se um pelo outro. Mas Thomas escapou deixando Edith para trás e
viveu o resto da vida com o coração pesado porque nunca se esqueceu do seu 1°
amor nem tão pouco das circunstâncias terríveis em que se conheceram e
separaram; ele refez a sua vida na Australia e nunca mais se viram ou souberam
um do outro.
Até que, sessenta anos mais tarde, o
senhor Beck regressou à Hungria com uma equipa australiana para relatar a sua
fuga num documentário. Foi quando encontrou um amigo de infância que o informou
que Edith tinha, de facto, sobrevivido e que também morava na Australia...a uns
escassos 300 metros do filho de Beck – que raio de coincidência!
Após tomar conhecimento do paradeiro de
Edith e que esta também o procurava, começaram a comunicar por e-mail e voltaram-se a apaixonar. Hoje o senhor Beck
diz que estão juntos há 4 anos e que são muito felizes; a senhora Greiman corrige-o
e diz, “mais que felizes.”
Mazel Tov to you both!
Mudança de paradigma?
Mas há quanto tempo ouvimos
falar nisto? No entanto, é o que defende Umair Haque (economista e contribuidor
no blog Harvard Business Review ) no seu último
livro Betterness:
Economics for Humans. A tese de Haque é a de que o mundo dos negócios “as we know it” está a chegar
ao fim e o modelo de gestão em vigor desde a Revolução Industrial é obsoleto. A obsessão com os retornos
financeiros (Return on Investment – ROI) e com os lucros a curto prazo (often
measured by quartely goals) é frequentemente prejudicial à comunidade, à
natureza e às futuras gerações. Até aqui nada de novo, mas Haque vai mais
longe, indicando que são os próprios consumidores a exigir uma mudança de visão
e rumo na forma como gestores e administradores tradicionais dirigem as
empresas a seu cargo.
Haque também demonstra, com exemplos práticos, como o foco principal de determinadas empresas de sucesso é nutrir o bem-estar colectivo (aquilo que os livros de marketing designam de "societal marketing concept” )o que é muito mais benéfico para todos os envolvidos do que ter, como objectivo principal, a derrota de adversários a todo o custo a troco de recursos humanos desencorajados, frustrados, com os nervos constantemente à flor da pele e uma série de mazelas psicológicas e físicas – sim, porque está mais que provado que estar sujeito a períodos prolongados de stress é prejudicial à saúde e, consequentemente, contraproducente à produtividade: "(...)business as we know it has reached a state of diminishing returns--though we work harder and harder, we never seem to get anywhere” .
Haque também demonstra, com exemplos práticos, como o foco principal de determinadas empresas de sucesso é nutrir o bem-estar colectivo (aquilo que os livros de marketing designam de "societal marketing concept” )o que é muito mais benéfico para todos os envolvidos do que ter, como objectivo principal, a derrota de adversários a todo o custo a troco de recursos humanos desencorajados, frustrados, com os nervos constantemente à flor da pele e uma série de mazelas psicológicas e físicas – sim, porque está mais que provado que estar sujeito a períodos prolongados de stress é prejudicial à saúde e, consequentemente, contraproducente à produtividade: "(...)business as we know it has reached a state of diminishing returns--though we work harder and harder, we never seem to get anywhere” .
Although skeptical that this management style becomes
commonplace during my lifetime, I can't help but feel a flicker of hope for the
coming generations.
quinta-feira, novembro 08, 2012
Académica 2 - Atlético Madrid 0
http://desporto.publico.pt/noticia.aspx?id=1571672
Aqui está uma coisa que não se explica: a paixão por uma cidade e por um clube que representa uma memória, uma identidade, sentimentos fortes. BRIOSA sempre! Nem que jogue nos distritais... Mas hoje ganhou ao segundo classificado da I Liga espanhola, ainda titular da Liga Europa e isso enche-me de um enorme orgulho. Trata-se da vitória de um orçamento de 4 ou 5 milhões de euros sobre um orçamento de mais de 60 milhões, do clube de uma cidade de 150000 habitantes sobre um clube da capital de Espanha, com mais de 3 milhões de habitantes. Bem hajas BRIOSA.
quarta-feira, novembro 07, 2012
(outra) Vitória importante para a reforma bancária
Elizabeth Warren (docente na Universidade de Harvard) ganhou a corrida
para o Senado pelo Estado de Massachusetts, batendo o Republicano Scott Brown (advogado e modelo) e os muitos milhões de dólares que
os bancos e os banqueiros gastaram para a derrotar. Warren tem dirigido críticas ferrenhas ao
sector bancário e defendido mais regulação, críticas estas que a indústria bancária
receia que ela leve para o Senado. Warren idealizou, estabeleceu e geriu temporariamente
o Consumer Financial Protection Bureau , uma agência que visa
proteger os clientes bancários e de outros serviços financeiros.
É por isso que a corrida para representante de Massachusetts no Senado custou $70 milhões (a mais cara no país) tendo sido a indústria financeira quem mais contribuiu para a reeleição de Brown.
Embora não haja garantias que Warren faça imediatamente parte do Senate Banking Committee não duvido que servirá de espécie de “firewall” contra esforços da parte dos bancos para enfraquecer as reformas financeiras em vigor desde a crise de 2008 e as que ainda estão por debater: http://www.americanbanker.com/issues/177_215/warren-wins-senate-seat-likely-to-play-key-role-on-banking-issues-1054188-1.html?zkPrintable=1&nopagination=1
É por isso que a corrida para representante de Massachusetts no Senado custou $70 milhões (a mais cara no país) tendo sido a indústria financeira quem mais contribuiu para a reeleição de Brown.
Embora não haja garantias que Warren faça imediatamente parte do Senate Banking Committee não duvido que servirá de espécie de “firewall” contra esforços da parte dos bancos para enfraquecer as reformas financeiras em vigor desde a crise de 2008 e as que ainda estão por debater: http://www.americanbanker.com/issues/177_215/warren-wins-senate-seat-likely-to-play-key-role-on-banking-issues-1054188-1.html?zkPrintable=1&nopagination=1
Any predictions,
Melga? Haverá esperança?
The morning after
For my dentist and other equally racist self-righteous right-wing gun-toting advocates and union-busters and Bible chest-thumpers and over-the-top nationalists who believe that individualism rules and that
collectivism is for losers:
It’s over. Get over
it, now go away!
(try again in 4 years)
É precisamente assim que eu me sinto: JUBILANTE!
(que suspiro de
alívio...)
SWEET!
terça-feira, novembro 06, 2012
Em dia de eleições:
Após cumprir a minha obrigação e exercer o meu direito cívico, a única coisa que posso fazer é seguir o
conselho de alguém que me diz muito: figas canhoto. Porém, verdade se diga: a esperança não é
muita – por várias razões .
segunda-feira, novembro 05, 2012
Por Obama
Apesar de ter escrito isto há 4 anos: http://fantasticomelga.blogspot.com/2008/11/obama-e-mudana.html e de continuar basicamente a pensar o mesmo, agora votaria Obama, como mais de 80% do mundo fora da América. O tipo mostrou uma qualidade elementar: bom senso! Não é pouco nos tempos que correm...
domingo, novembro 04, 2012
A espuma dos resgates
Numa situação de difícil negociação como aquela em que se encontra Portugal perante os seus credores externos há que identificar claramente quem tem a perder o quê. Da resposta a essa questão resulta saber quem tem que tipo de Poder. Começo por referir que a palavra “negociação” pode mesmo ser considerada ousada neste contexto porque Portugal encontra-se mais numa posição de absoluta dependência do que qualquer outra coisa. É preciso tomar consciência de que a soberania desapareceu a partir do momento em que deixámos de ter livre acesso aos meios financeiros para pagar salários aos funcionários públicos ou para importar medicamentos. O governo de Portugal limita-se a tomar medidas para convencer o FMI, o BCE, a União Europeia e outros credores de que um dia poderá pagar as suas dívidas. Se essas entidades tiverem dúvidas quanto a isso (por boas ou más razões) não desembolsam os fundos de que precisamos para pagar os salários ou os medicamentos. Infelizmente, a coisa é tão simples quanto isso e é lamentável que ande por aí tanta gente a fazer de conta de que manda alguma coisa ou a mandar palpites sobre como a coisa poderia ser diferente.
Emoções, ilusões e presunções à parte, volto à minha questão: que argumentos tem Portugal? Um só: o dinheiro que pode fazer perder aos credores externos! Essa é uma linguagem simples que eles percebem. Estão-se nas tintas para a fome e para o desemprego, para a solidariedade, para a justiça ou falta dela. O que eles querem é o dinheiro de volta sem perdas nem atrasos. De resto, parece-me normal da parte de quem empresta dinheiro e não vou entrar (por agora...) no debate sobre de quem é a culpa do endividamento excessivo: dos credores imprudentes ou dos devedores insaciáveis? Portugal deve chamar os credores à mesa da renegociação para os alertar de forma inequívoca para os riscos de perderem dinheiro, para o facto de poderem estar a prejudicar os seus próprios interesses ao avalizar políticas que, asfixiando a economia, asfixiam a capacidade de serviço da dívida por parte do devedor-Portugal. Ou seja: os credores deverão começar a pensar numa reestruturação da dívida no seu próprio interesse, mais do que no interesse de Portugal. Reestruturar antes pode implicar eliminar (ou reduzir) perdas depois. É evidente que o dilema para os credores consiste em determinar se esse momento já chegou ou se vale a pena continuar a esticar a corda, esperando que do sofrimento extremo do devedor não resulte uma quebra de que sofram “in fine” também os credores. Trata-se de um jogo de poker perigoso, acentuando os sacrifícios de muita gente inocente.
Mas quem são os credores externos desses cerca de 200 mil milhões de dívida pública? Essencialmente bancos e fundos internacionais que têm aproveitado os empréstimos do chamado sector oficial (p.ex. FMI, BCE, UE) para se pirarem. É preciso não esquecer que os saques no quadro dos empréstimos da Troika servem para reembolsar dívida que se vence e que não é refinanciada com outra dívida do mesmo tipo (dívida privada). O que quer dizer reestruturação da dívida? Prolongamento de prazos, redução de taxas de juros, desconto do valor nominal da dívida (os famigerados “haircuts”), subordinação a outros credores, reforço dos empréstimos do sector oficial (um novo resgate). Nada disso será feito de ânimo leve porque, de um modo ou outro, significa perdas de alguém. Mas, outra coisa não quer dizer a presunta insustentabilidade da dívida. Os credores só vão entrar nessa lógica quando se sentirem puxados para uma estratégia de minimização de perdas, isto é, quando o conceito de perda se apresentar como inevitável. A solução ideal seria convencer os credores de que darem tempo e meios ao crescimento (provavelmente, perderem alguma coisa no imediato) seria a melhor estratégia para favorecer a capacidade de serviço da dívida a médio/longo prazo, noutras palavras, para estabelecer a famosa sustentabilidade da dívida.
sábado, novembro 03, 2012
How the HELL can these people sleep at night?
“(…) a lot of people (…) acknowledge things internally, but no one is willing to say it publicly.”
Isto não é exclusivo à Goldman; começa com o medo de perder o emprego e acaba com a corrupção generalizada (é o chamado, “if you can’t beat them, join them”) It’s survival, plain and simple. A lei da selva.
“Many of these clients include pension funds that put ordinary Americans' retirement savings at risk when they invest with Goldman and other banks.”
Filhos da P&T@!... [desde 1985 que oiço falar de empresas que perdem os fundos de pensão dos trabalhadores – para as quais estes descontam – com práticas antiéticas e investimentos duvidosos. Desde pequenas empresas locais esquecidas pela comunicação social nacional, às companhias de aviação que mais depressa são mencionadas pela chamada “national media.” ]
"It makes me ill how callously people talk about ripping their clients off (…)”
“(…) Wall St. ethics is a sort of oxymoron (...)”
My apologies to our readers (as minhas desculpas, também, ao Melga da outra banda) for this latest rant. It has been a long week – time for bed.
These men and their writers are geniuses:
II - Bulls#%t Mountain: http://www.hulu.com/watch/416068
O novo salazarismo
Disse-me que estamos de novo em salazarismo. Salazarismo psicológico, mais do que económico. Esta sensação de vazio, de cansaço, este negrume que se ergue à nossa volta antes de entrar em cada dia, como num longo túnel de mágoas. Durante o salazarismo (de quando havia Salazar), esse vazio era mitigado por uma luta com sentido: pela liberdade, contra a guerra colonial, pela democracia, pelo desenvolvimento. Hoje temos a liberdade de empobrecer, a guerra fria da angústia, uma democracia autista, a asfixia da dívida. Hoje predomina o desânimo, a desistência, a falta de esperança, a expectativa de que as coisas só possam piorar por tempo indeterminado. Este salazarismo é talvez pior porque anula a energia, esmaga a vontade, não deixa espaço a projectos alternativos, apresenta-se como uma fatalidade. Na melhor das hipóteses, gera protestos ecléticos de gente desorganizada que apenas exprime uma revolta impotente. Como se todas as pessoas que se queixam à hora do café se juntassem na praça para dizer aquilo em uníssono. Ou então provoca protestos caceteiros de rabo ao léu e fogueira espúria em frente ao Parlamento. Este salazarismo é hiper-depressivo, no sentido existencial da expressão. Pior do que um povo pobre, é um povo rendido.
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