O que temos é bem conhecido: correr à frente da ruptura financeira e atrás do défice, provocando uma espiral deflacionista com mais impostos e menos despesa pública.
Alternativas:
- O contexto internacional melhora tanto que as nossas exportações compensam a depressão do mercado interno... supondo que as nossas empresas têm capacidade para sustentar a oferta necessária, o que não é evidente dado, nomeadamente, o aperto do crédito e as debilidades estruturais do nosso sector exportador. Seja como for, estaremos dependentes de uma variável exógena: a evolução da economia internacional.
- Saída do euro. Os efeitos concretos dependeriam de como seria feita: com ou sem mecanismos de suporte por parte dos países que se manteriam no euro? De qualquer maneira, isso implicaria uma quebra imediata dos rendimentos e da riqueza superior a tudo o que se tem visto até agora. Passado algum tempo, beneficiariamos dos impactos clássicos de uma desvalorização cambial: mais exportações, menos importações, mais investimento externo, mas também mais inflação e taxas de juro mais altas.
- Deixar respirar a economia, flexibilizando os objectivos de correcção dos desequilibrios das finanças públicas. Isto é, não subordinar toda a economia à obtenção de uma determinada % do défice em relação ao PIB numa determinada data. Por outras palavras ainda: não cortar tanto e tão depressa na despesa e não aumentar tanto e tão depressa os impostos, esperando que o ciclo económico se inverta e que os estabilizadores automáticos funcionem na direcção desejável, da recuperação. Esta alternativa supõe, no entanto, uma mudança de paradigma e de tolerância por parte dos nossos credores externos. Uma vez mais, estamos dependentes de decisões nas quais participamos marginalmente, dada a perda de soberania que resultou do endividamento excessivo.
Em qualquer caso, seria ideal aumentar a taxa potencial de crescimento económico, o que significaria mais produtividade, mais qualidade e mais rigor, ingredientes a potenciar num contexto histórico, cultural, social e político que é o nosso. Pode mudar-se de governo e de política, mas não se muda de Povo. Seria óptimo sair da dicotomia “pobres mas alegres” ou “ricos mas tristonhos”.
Sem comentários:
Enviar um comentário