domingo, outubro 07, 2012

Ora aqui está uma ideia inovadora!


Those who know me (fairly) well know that there are two things near and dear to my heart, and someone I know (very) well goes as far as calling it an obsession; those two things are: education and the environment. 

No outro dia li um artigo intitulado “Fix-It: Volunteers to the Rescue.” Parece que na Holanda existem 40 “Repair Cafés”  onde as pessoas levam coisas usadas e a precisar de serem arranjadas (desde torradeiras a roupa esburacada, passando por bicicletas e loiça de cerâmica rachada; numa palavra: tudo) e onde voluntários consertam tudo que necessita de arranjo sem levar um tostão. Diz o artigo: "The cafes started in 2009 by a journalist as an environmental initiative to reduce waste, are supported by grants from the Dutch government, foundations and individual donations."  Ao contrário do que se possa pensar, estes voluntários não fazem competição a profissionais; como diz o site  “(...) people who visit Repair Cafés are not usually customers of repair specialists. They (…) normally throw away broken items because paying to have them repaired is, in general, too expensive. In Repair Café they learn that you don’t have to throw things away (…). Existem, de facto, alternativas ao lixo. Now here’s a novel idea - BRILLIANT!

Este artigo fez-me lembrar uma loja que havia numa daquelas ruelas da Praça do Comércio onde meninas minhas contemporâneas levavam as bonecas decapitadas, desmembradas, ou sem olhos para virem de lá como novas. Também me recordo de a minha mãe levar meias de vidro rotas (como eram então chamadas, agora não sei se têm outro nome) a arranjar numa loja que ficava na Rua Alexandre Herculano. E ainda sou do tempo em que malas, sapatos e botas de couro iam a concertar ao senhor Pina, o sapateiro no rés-do-chão lá do prédio. Depois as pessoas começaram a ter mais dinheiro e ficaram sem tempo nem paciência para minúcias deste tipo. O país entrou então numa fase em que o que era novo é que era bom e até edifícios antigos, com bastante valor histórico e arquitectónico, ou foram demolidos ou deixados à sua própria sorte. Pena. Quando deixei Coimbra as meias de vidro com buracos passaram a ir para o lixo; o sr. Pina viu-se forçado a arranjar outra profissão e o Hospital das bonecas penso que também deixou de existir. Era o início da sociedade de consumo de hoje.

Este artigo também me fez lembrar uma entrevista que vi, na televisão americana, a Paul Newman (PN) Como quase todas as entrevistas a “estrelas de Hollywood” as perguntas foram, predominantemente, de carácter “cor-de-rosa” e sem grande substância, mas uma resposta ficou-me, para sempre, na memória. Quando lhe perguntaram qual o segredo do sucesso do seu casamento com Joanne Woodward PN respondeu qualquer coisa como (paraphrasing here): “while in today’s society most people throw away a toaster that does not work, we repair that toaster.” Isto numa altura em que ainda pouco se falava em reciclagem; quando “terrenos ecologicamente destruidos” ainda era um conceito mais ou menos obscuro; e quando  “verde” era apenas uma das cores do arco iris. Não sei porquê mas, apesar de na altura ainda não estar completamente preparada para ouvir aquela pequenina frase, lembro-me de gostar do que ouvi e de pensar que tinha que fazer um esforço para me lembrar do que ele disse porque, um dia, iria compreender melhor. E o certo é que nunca mais me esqueci; estávamos, então, em Agosto de 1980 e eu ainda pertencia ao grupo dos “teenagers” - mas, apesar disso, foi uma frase que me marcou.

Who would have guessed that, someday, this little phrase with more than one meaning would mean so much to me?
 

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