domingo, setembro 02, 2012

Sheila Mains


Executiva numa agência de publicidade, viu-se, à meia-idade, numa fila de um Centro de Emprego: “There I was in the unemployment office, watching all the Friday afternoon casualties coming in and I realized I couldn’t work for someone else, give them 150 percent and let this happen again. But I couldn’t give less than 150 percent. So I had to work for myself. And it had to be the brownies. My Plan B really was a Plan B: brownies.”

Sheila gosta de brownies (tem bom gosto) e, vendo-se numa situação semelhante a tantos outros por esse mundo fora, decidiu meter mãos à obra: trabalhar duro fazendo o que realmente lhe dá gosto. As primeiras brownies foram feitas no seu próprio forno e dadas, de graça, a donos de cafés e restaurantes: “Before I knew it, I had my first order for 37 000 brownies” (…) I think that was the point where my mother stopped asking when I was going to get a real job.”

Até aqui tudo bem, mas isto foi em 2006. Depois veio 2008 e, com ele, a pior crise dos últimos 80 anos. Com cada vez menos pessoas a frequentar cafés e restaurantes e cada vez mais pessoas a abdicar de “luxos” como brownies por encomenda – também não são assim tão dificeis de fazer – o negócio doce da Sheila começou a “desmoronar” tal qual um castelo de cartas. Sheila não teve mãos a medir: diversificou e criou brownie brittle . Uma vez mais, Sheila teve visão. Reparou que, tanto ela como os seus empregados gostavam dos restos que ficavam na panela depois de fazer as brownies e decidiu aproveitar esses restos e comercializá-los como um produto novo. Outro sucesso.

Este relato envolve brownies, mas podia muito bem dizer respeito a um outro produto, bem, ou serviço qualquer. Há tantos casos semelhantes. Estou-me a lembrar de certos “case-studies” que estudei nos meus tempos de estudante de gestão, todos com histórias, antecedentes, formações e produtos diferentes, mas todos com algo em comum: visão, paixão e entusiasmo q.b. para darem um pontapé na crise transformando, assim, limões em limonada. 

Casos destes inspiram e dão coragem - e eu gosto sempre de os ler. 

2 comentários:

Miguel disse...

Estou de acordo contigo que é necessário por os pés à estrada e redescobrir a roda para combater a adversidade e a resignação, para deixar de atribuir as culpas aos outros e ao que não podemos controlar. A iniciativa, a inovação, a vontade de vencer e de ser autónomo são valores a enaltecer. No entanto, nem todos os desempregados se podem transformar em empresários de sucesso. Há pessoas com grande valor e talento que não têm jeito para o negócio e nem por isso devem permanecer na privação e no sofrimento. O empreendorismo não pode ser um mito, uma varinha mágica com a qual os individuos, isoladamente, superam problemas com causas colectivas, tornando assim dispensável o Estado ou desculpando e contornando a sua incompetência ou defesa de minorias de interesses. O empreendirismo não pode dispensar politicas eficazes de defesa do emprego e do crescimento económico.

Teresa disse...

To your point:http://video.msnbc.msn.com/melissa-harris-perry/48870824#48870824

("some of us go to Dairy Queen and some of us create businesses" -> typical right-wing myopic view)