Depois dos disparates de financeiros e políticos,
depois da sensação espúria de invencibilidade de alguns,
depois da levitação de outros,
depois da rotina da esmagadora maioria,
depois do proverbial sofrimento dos do costume,
depois da soberba e da arrogância dos que quiseram controlar o destino dos outros com a pressão de um botão,
depois da mediocridade dos que julgam ser mais do que são e do que alguma vez podem vir a ser...
depois disso tudo...
eclodiu a recessão na mais descarada versão do que se adivinhava.
E com a recessão, os ratos fogem dos navios que se afundam,
a podridão que se escondia por detrás de vergonhosas opulências vem ao de cima e cheira mal que tresanda,
sofrem os do costume (mas mais do que antes),
enervam-se os que receiam que o fogo lhes chegue aos fundilhos.
E há muito nervosismo, stress, hiper-actividade, voluntarismo, impaciência, sofreguidão. Tudo para fugir ao tsunami da crise ou para lhe barrar o caminho. Sobra em iniciativas peregrinas o que falta em lucidez e ponderação e, assim, o resultado será provavelmente o inverso do que se pretende, isto é, agravar a crise, acalmá-la com paliativos que se revelarão talvez letais quando a situação se tornar, de novo, mais curial.
Sem comentários:
Enviar um comentário