Depois de uma ascensão fulgurante que culminou na eleição como Presidente da Republica de França no ano passado, Nicolas Sarkozy tem caído em desgraça, com as sondagens a revelar que apenas uma decrescente minoria continua a apoiá-lo. As causas são múltiplas, em termos de “gaffes”, mas mais ou menos uniformes na substância. Sarkozy brincou com o fogo, dessacralizou o poder, desafiou as instituições da Republica, misturou vida pública com vida privada. Desempenhou as suas funções nas revistas cor-de-rosa. Exibiu hiperactividade sem correspondência nos resultados concretos da política. Ora, isso funciona para cima quando os sinais são positivos, mas funciona cruelmente para baixo se a coisa começa a dar para o torto, o que tem sido o caso desde há vários meses: divórcio de Cecília; casamento menos de 3 semanas depois com a modelo e actriz Carla Bruni; SMS mandado posteriormente à ex-mulher a dizer que podia tudo voltar atrás se ela quisesse; nomeação do filho como candidato a Presidente da Câmara de Neuilly (nos arredores de Paris), contra a vontade de uma grande parte do partido; no último fim-de-semana, insulto tonitruante a um visitante do Salão da Agricultura de Paris que se tinha recusado a apertar-lhe a mão; divergências vindas a público com membros da “entourage”, etc. etc.
Pobre Sarkozy: tornou-se uma espécie de “clown” ou “guignol” da política francesa e europeia…
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