domingo, janeiro 06, 2008

Reis católicos


Praça de S. Pedro em Roma. Um dos primeiros dias do novo ano. A praça está cheia de gente que olha em volta, que se fascina com a grandiosidade do local. Grupos de jovens com a "farda" de comunidades católicas, de diferentes nacionalidades, entoam cânticos religiosos. Famílias passam, puxando pelas crianças para o rebanho de Deus. As crianças seguem de olhos espantados. A fila para entrar na basílica é longuíssima, fazendo quase o circulo completo da praça.

A certa altura, perto de mim, passa uma família. Três gerações de braço dado, caminhando decididamente em direcção a uma saída da praça que dá acesso a Via del Mascherino. Conversam entusiasmados enquanto continuam pelo meio da multidão. A mãe, mulher de 40-45 anos, orgulhosa, ostenta uma fé convicta e militante. Pelas costas tem, não um chale ou um casaco, mas uma grande bandeira de Espanha que lhe tapa quase todo o corpo. É frequente encontrar neste local espanhóis que exibem as suas côres nacionais. Fazem questão de divulgar a sua nacionalidade mais do que outros católicos de todo o mundo que por ali passam. Porque antes de serem crentes e católicos são espanhóis. Ou melhor: não são quaisquer católicos; são católicos espanhóis. A sua fé explica-se também (ou essencialmente) pela pertença a um país particular em que o catolicismo tem uma presença e um significado particulares.

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