domingo, fevereiro 19, 2006

Irmã Lúcia, again and again...


... e quanto à Irmã Lúcia... acho que já está tudo dito. Não há mais pachorra. Perdoai-lhes Senhor, porque não sabem o que fazem.

4 comentários:

Oscar disse...

Se se calarem nas televisões com a conversa da irmã Lúcia até eu vou para as carmelitas!

Miguel disse...

E eu também. Pensando melhor...

Acho a vida de mosteiro uma acto de cobardia e de fuga à vida propriamente dita. Come-se bem, dorme-se bem, contempla-se, reza-se, não se têm preocupações com a mulher, o homem e os filhos, nunca se tem de contar os tostões até ao fim do mês, não há desemprego, filas de trânsito. É uma vida materialmente regalada. De tranquilidade e evasão em relação às dificuldades das pessoas comuns, esses sim verdadeiros soldados da vida real, não da "vida" tranquila da penumbra, da ascese e do recolhimento. O único grande tormento será a renúncia às coisas boas da vida de cá de fora como o sexo, a festa, o luxo, enfim, a alegria do quotidiano com pessoas normais. Tudo isso em nome de um diálogo mais estreito e permanente com Deus, de uma elevação espiritual e de um chamamento misterioso. Mas, será mesmo assim? Considerando as "devassidões" de tantos religiosos e religiosas, designadamente, em matéria sexual e pantagruélica, nem sequer essa renúncia se impõem esses soldados de Deus. Isto é: têm o melhor dos dois mundos, o que me parece profundamente injusto, apesar de apetecível... Por isso, não consigo perceber porque hesitam tantos jovens em tomar o caminho das vocações...

Naturalmente, este comentário não se aplica a muitos religiosos e religiosas genuínos e sinceros que se entregam ao serviço dos outros, renunciando ao conforto de igrejas, conventos e palácios. Caso dos missionários e de certas ordens que se dedicam inteiramente à ajuda aos mais carenciados, colocando, por vezes, em risco as suas vidas em contextos altamente perigosos para mitigar a miséria, a doença e o sofrimento de outros seres humanos. Essa generosidade aprecio-a e respeito-a, como acto individual, apesar de reconhecer as limitações do exercício em termos da sua eficácia para mudar sociedades num patamar baixo de desenvolvimento humano.

Oscar disse...

Isto agora a puxar o lado sensasionalista da questão... Havia, ou há, um convento qualquer em Conseixa onde também viviam freiras e padres, apesar de o grau de isolamento não ser tão grande como nas carmelitas. O que sucede é que não me parece que eles renunciassem assim tanto aos prazeres terrenos, porque há tempos foi lá uma equipa de arqueólogos e foram encontrados imensos esqueletos de recém nascidos. Agora pensem...

Anónimo disse...

os conventos eram usados como forma de abandono das crianças, uma espécie de instituição de adopção back in the day. Não é assim tão chocante essa constatação.