Perdeu-se um Papa sério e pensador. Fartou-se dos vícios terrenos tais como a intriga, a luta pelo poder, a inveja, a concupiscência e caiu nos braços da contemplação e do espírito. As pessoas gostavam pouco dele porque pensava demais e abraçava de menos. A sua extrema lucidez traduziu-se na retirada perante circunstâncias que não podia controlar. O reconhecimento da impotência pode ser um acto extraordinário de inteligência. Assim foi.
Ganhou-se um Papa simpático e acessível. Este parece um Papa que abraça e abraça e abraça. Que dá ao Povo o que o Povo parece precisar: afecto, simplicidade e perdão. Francisco I não pretende demonstrar a importância de Deus através de silogismos, mas através do sorriso e da interpretação concreta da Humanidade de Deus. De certa maneira, o novo Papa é um demagogo. Mas o Povo não desgosta de demagogos, isto é, de quem torna fácil o que é intrinsecamente complicado.
Sem comentários:
Enviar um comentário