domingo, março 10, 2013

Puta de vida

Finalmente consegui falar-lhe. Está de cama com uma doença grave. A sua energia emocionou-me. Talvez fosse apenas esforço para desdramatizar a situação em que se encontra. Não conheço os detalhes, mas trata-se de um daqueles casos em que é fácil compôr uma história à medida da nossa compaixão. Seja como for, impressionou-me a normalidade da sua voz e eu procurei estar à altura. Chorei só depois de pousar o auscultador, lembrando as nossas aventuras de jovens universitários que ficaram amigos para sempre, também na distância e no silêncio. E a vida fica cada vez mais presa por um fio, incompreensível.

1 comentário:

Teresa disse...

Um abraço, Miguel.