Posso comprovar, de experiência feita, que a Europa já não é o que era... Ou já não é o que quis ser?!
Esqueçam a narrativa da solidariedade. A crise provocou, não apenas a divergência económica, mas também a fractura das nações e das percepções. Estamos “numa” de cada um por si, “numa” de acusações recíprocas. Quem sofre de quê? O sul, da crise do euro? Ou o euro, da crise do sul? Nunca foram tão fortes os interesses nacionais. Os Estados-membros vivem com dificuldade a comunidade a que presumem pertencer. Como os casais que vivem sob o mesmo tecto, mas em camas separadas. A crise do euro não é apenas um retrocesso da economia, é um retrocesso de uma tentativa de cidadania europeia. Perguntem a um português “médio” o que pensa de um alemão? Perguntem a um alemão “mèdio” o que pensa de um grego? Perguntem a um espanhol desempregado o que sabe da “construção europeia”? Vivem todos numa camisa de forças – querem eventualmente separar-se, mas não sabem como, nem têm dinheiro para isso. Talvez se divorciem, ficando todos mais pobres e infelizes. Mas, será melhor do que viver em pânico permanente e a empobrecer aos bocadinhos, a culparem-se uns aos outros.
1 comentário:
http://www.youtube.com/watch?v=Jd-22sVAryY
(great analogy, sound advice)
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