Ou a Alemanha se dispõe a pagar durante uma fase de
transição dos países do sul para uma economia de tipo alemão (o que pode levar
séculos e implicar mudanças profundas nas respectivas sociedades) ou o euro único
deve acabar para dar lugar a vários euros, porventura ligados entre si, mas que
permitam aos países do sul amortecer a necessidade de ajustamento estrutural e
preservar as suas diferenças... Neste último caso, bem mais realista, a competitividade da
Alemanha sairá penalizada face a países com euros mais fracos e
face ao resto do mundo, dado que o euro da Alemanha também se valorizará face
às moedas do resto do mundo. Ou seja: a Alemanha deve pagar, mais ou menos, de
forma mais ou menos explícita, por mais ou menos tempo. Mas tal não será
nenhuma espoliação. Apenas retorno dos benefícios que a Alemanha tem acumulado
desde a criação de um euro desvalorizado face ao que teria sido a cotação do
marco.
De facto, como já aqui disse e tenho ouvido mais
recentemente (incluindo da parte de Martin Wolf, editor associado do Financial Times), quem deveria sair do euro é a Alemanha...
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