domingo, agosto 19, 2012

BARF!


Anúncios antigos sexistas:
Vitaminas PEP para dar energia ("pep") às donas de casa; ao fim de contas, quanto mais as esposas trabalharem mais bonitinhas parecerão aos maridos...

Gravatas Van Heusen:  "For men only!...Brand new, man-talking, power-packed patterns that tell her it’s a man’s world…and make her so happy it is. And men!...how that Van Heusen sewmanship  makes the fine fabrics hold their shape. And for Christmas, here’s the Christmas tie that is really different." 
                   ‘Tá bem...



Talvez seja este o meu problema; não lavo a cara com sabonete Palmolive...

Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii..............................

sexist-vintage-ads(Ketchup para mãos delicadas)
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A maioria dos homens pergunta se ela é bonita, não se ela é inteligente...Good Grief!
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Não há nada como um bom banho de imersão com sabonete Ivory para acalmar os nervos destas donas de casa desesperadas.
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‘tadinhas das mulheres, até os carros de mudanças são demasiado complicados...


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Yeah, she'll “follow” you in the opposite direction …………….Gross!


sexist-vintage-adsOnde? Nua, deitada no chão, a beijar os pés dele?

sexist-vintage-adsRealmente, qual a mulher que não quer que o marido lhe ofereça um aspirador Hoover pelo Natal?

 
Esta faz com que o sangue me suba à cabeça e causa-me hipertensão.

Felizmente que, tirando um ou outro reclame, este tipo de publicidade já não é do meu tempo  - e é inconcebível nos dias que correm - mas não deixo de me arrepiar só de saber que é relativamente recente e que, hoje em dia, há uma percentagem grande da população muito saudosista dos anos 50. Infelizmente, ainda existe muita publicidade que faz da mulher um mero objecto sexual – deve ser daí que vem a expressão “boys will be boys” (mudam-se os tempos mas nem sempre se mudam as vontades). Há por aí muitos mais exemplos para quem precisar de uma boa gargalhada...ou de uma bola no estômago.

2 comentários:

Miguel disse...

Deixa-me tentar sintetizar uma prédica que poderia ser longuíssima: pelo menos durante os últimos 50 anos, sob diferentes tiranias (dos pais, dos maridos, dos filhos, dos patrões), as mulheres continuaram essencialmente sózinhas e inquietas, mesmo com liberdade económica, podendo exprimir livremente os seus sentimentos e desejos, queixando-se de homens perdidos entre um poder de outros tempos e a actual falta dele. Mas, o preço da liberdade tende a ser a solidão... até se atingir um novo equilíbrio em que homens e mulheres possam funcionar bem nas suas diferenças e também nas suas semelhanças.

Teresa disse...

Prédica bem dada e c/a qual até concordo – até um certo ponto. Mas já agora, deixa-me também sintetizar a minha: ou por não ter absolutamente problema nenhum em estar na minha própria companhia (ou, então, por acreditar firmemente no velho adágio, "mais vale só do que mal acompanhado/a” ) – desconfio que seja pelas duas razões – e de um ponto de vista exclusivamente pessoal, acho que não há nada como a independência – o que só é possível com liberdade económica. Lembro-me de uma amiga que tive que namorava um tipo que, embora não lhe causasse sofrimento físico, causava-lhe muito sofrimento emocional, mas ela recusava-se a mandá-lo ao outro lado por ter medo da solidão. Eu era incapaz.

Conheço muito bem um casal que se mantém casado pura e simplesmente por razões económicas e tenho a certeza que há por aí muitos mais. Mesmo nos tempos que correm, geralmente é a mulher que não pode sair de casa: ou porque as mulheres ainda ganham menos do que os homens (mesmo com habilitações académicas, qualificações profissionais e trabalhos idênticos) ou porque abandonaram as suas carreiras quando os filhos nasceram e agora, quando estes já estão mais ou menos crescidos e precisam de menos atenção, não conseguem regressar ao mercado de trabalho. Outras ainda há que receiam encontrar-se no desemprego dum momento para outro. Não sei como é na Europa, mas isto é muito comum aqui: a lot of women feel stuck in loveless (and sometimes abusive) marriages due to lack of economic stability.

A última frase do teu comentário seria, realmente, ideal; requer muito trabalho, amor, comunicação, honestidade, compreensão e, sobretudo, boa vontade de ambas as partes...and a lot of compromise (acordo/ transigência/ harmonização). Mas apesar disto tudo não acredito que seja nem impossível nem utopia.
Realmente, este é um assunto que podia dar muito que falar (estou-me a lembrar das nossas aulas de português do 4° ano, o primeiro ano em que as turmas foram mistas, quando tivemos que ler muitos textos sobre, precisamente, este tema).

Trata-se de mais um pretexto para uma conversa longuíssima.