terça-feira, novembro 01, 2011
Tectónica de crescimento
O que se está a passar são apenas epifenómenos. O problema essencial é outro e muito mais complicado e tem a ver com a redistribuição do poder no mundo, finalmente, com o acesso à riqueza (principalmente através da industrialização) de países até há pouco tempo fornecedores passivos de matérias-primas necessárias ao funcionamento das economias desenvolvidas. A reacção tem sido uma crescente terciarização (em que o sector financeiro tem um papel cada vez maior), a tentativa de subida dessas economias na escala do valor e a compensação da perda tendencial de emprego pelo engrandecimento dos Estados. Só que todas essas respostas, no sentido de preservar as condições de vida das populações dos países do centro, têm limites que se aproximam vertiginosamente do paroxismo. Não me parece possível estancar o inelutável processo de convergência dos rendimentos das populações dos países mais pobres e mais ricos. E isso, infelizmente, pode não querer dizer que ambos crescem, com os países mais pobres a crescer mais rapidamente, mas sim que os mais pobres crescem enquanto os mais ricos estagnam ou definham.
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