terça-feira, setembro 14, 2010
"A espuma dos dias"
Há dias em que se sai de casa cabisbaixo, a pensar que não haverá energia para aguentar os caprichos do chefe, a insolência do subordinado, o enguiço do carro, a dor de cabeça, a digestão que nâo se despacha, a fila dos problemas normais e das surpresas desagradáveis. As rugas do quotidiano. E depois de mergulhar nesse cataclismo de banalidades - surpreendentemente - a paciência instala-se, a perseverança regressa e as coisas correm como é preciso para evitar ataques de nervos. Recupera-se a calma e a coragem para continuar, o sorriso com que se vende a simpatia que convém. E somos eficazes, acalmando a vontade de mudar de forma radical. Porque somos bem educados. Então, olhamos pela janela inventando um mundo que nos torna especiais, inacessível aos outros. Só nosso.
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