O debate de ontem confirmou Sócrates (também no seu esforço de comedimento) e revelou uma Ferreira Leite mais audaciosa, apesar de continuar pouco carismática. Ela diz que o que conta é a substância e que se está nas tintas para a imagem mas, a verdade é que, infelizmente, isso faz parte integrante do produto eleitoral... Apesar de tudo, conseguiu irritar-se e achei isso positivo e divertido, vindo de quem vem.
Um dos momentos altos do debate coincidiu com as afirmações nacionalistas (e anti-espanholas) de Ferreira Leite sobre o TGV. Se for eleita, pára o projecto e renegoceia com a Espanha. Acrescentou que os nuestros hermanos querem tanto o combóio em Portugal porque assim podem receber mais fundos comunitários. E, sem papas na lingua, disse alto e bom som que não gosta de ver espanhóis a meterem-se na política portuguesa.
Finalmente qualquer coisa de colorido e radical...
Resta saber o que vão fazer os espanhóis ao pedaço da linha que vai parar a Caia se não houver continuação para Lisboa e que lhes custa uns biliões de euros... E que instrumentos existem nos vários acordos celebrados entre Portugal e Espanha por governos do PSD e PS para reparar os danos que resultem do cancelamento ou suspensão do projecto num dos lados.
Jà se embrulhou na história das SCUTs, ou seja, não conseguiu explicar porque razão a introdução das portagens não figura no programa do PSD. E devia ter especificado porque é que o programa de construção das auto-estradas produzirá um fardo financeiro tão grande nas próximas décadas e porque é que esses investimentos são menos bons do que outros. Teria pano para mangas...
O debate não irá decidir coisa nenhuma porque os participantes não cometeram erros colossais, não exibiram algo de surpreendente nem se superiorizaram com clareza.
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