segunda-feira, julho 13, 2009

Questões Existenciais


Quando nos perguntam:
“Quem és?”

É natural respondermos o que fazemos, quem são os nossos antepassados, o que temos, etc., nunca dizendo realmente quem somos.

Mas a verdade é que quando nos perguntam:
- "Quem és?”
Não nos estão a questionar:
- “O que tens? O que fazes?”


As pessoas tendem a definir-se pelo que têm ou tiveram, fazem ou fizeram, mas nunca pelo que são.

Na minha opinião, nunca dizemos o que somos porque pura e simplesmente não sabemos. O que é, afinal, ser? O que é existir? – Tais noções são tão abstractas, tão maiores que nós, que não as conseguimos abordar.

Apesar de o que somos poder até ser uma configuração específica de tudo o que temos e fazemos, juntamente com a nossa personalidade e as nossas circunstâncias (como dizia Ortega y Gasset, “nós somos nós e as nossas circunstâncias”), é algo de tão vasto e tão abstracto que se torna quase impossível apercebermo-nos de quem somos por completo.

É por tudo isto que se torna tão desafiante definir o sentido da vida, pois, se não soubermos o que é “ser”, como podemos dar um sentido a esse mesmo “ser”?

Enquanto nos definirmos pelo que fazemos, apenas podemos apontar como sentido para a nossa vida acções. Todavia, sabemos que não é isso que é o sentido da vida, pois é muito mais que tudo o que fazemos ou queremos fazer, é tanto mais que não conseguimos explicá-lo por completo.

Talvez o sentido da vida seja exactamente isso: viver em busca de um sentido para a nossa própria existência.

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