Andam por aí umas criaturas, travestidas de esquerda, piedosas em relação ao capitalismo, a dizer que as actuais dificuldades se resolvem com mais e melhor Estado e com mais e melhor regulação e supervisão.
Tretas!
Quantas vezes se falou do mesmo no passado e a “moral” e a “eficácia” regressaram por breves momentos para serem completamente esmagadas pela bolha seguinte.
Quanto mais conheço os meandros do Estado, maior o meu cepticismo em relação às suas “virtudes” para superar os “vícios” do sistema, local e global. A incompetência e o clientelismo que grassam na administração pública minam as melhores intenções dos decisores políticos.
O modelo que é necessário questionar e, porventura, subverter é o próprio capitalismo. O capitalismo é ou não é. Não há capitalismo que resulte de cirúrgias prosélitas. Aceita-se todo ou não se aceita. Não há capitalismo bom (estável e meritocrático) e capitalismo mau (cheio de crises, de ganância e de interesses obscuros). [O futebol sem as regras do canto, do off-side e do penalty chama-se outro jogo.] Mas, para superar o capitalismo (dada a “débacle” do socialismo real) é preciso inventar um outro paradigma. No fundo, do que se trata é do debate entre Reforma e Revolução. Haja a honestidade intelectual e a coragem para o fazer, sem receio das conclusões, sobretudo entre as pessoas que se dizem de esquerda.
Adivinhem quem escreveu a seguinte frase?
“Cedo ou tarde, são as ideias, e não os interesses adquiridos, que representam um perigo, seja para o bem ou para o mal”.
Posso apenas acrescentar que foi um reformador, não um revolucionário...
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