sábado, junho 06, 2009
O Bastonário
O tipo é trauliteiro e impulsivo, diz coisas que bradariam aos céus numa conversa de café, levanta a voz, manda bocas que nunca conseguiria provar sobre coisas que toda a gente sabe, é pouco canónico para as funções que desempenha e, ainda por cima, é de Coimbra, o que, para o supremo despenteado mental deste país (V. Pulido Valente) passou a ser uma espécie de crime ou, pelo menos, sinónimo de provincianismo e de mediocridade (vá-se lá saber porquê, vindo de quem vem...). Sendo isso tudo (e tudo o mais que os seus caros inimigos podem atribuir-lhe), o tipo tem a coragem de chamar as coisas pelos seus nomes e de por o dedo em muitas feridas de que se falava à boca pequena ou que eram ocultadas por criaturas temerosas de perderem as suas pequenas ou grandes benesses. O Dr. Marinho e Pinto é o defensor da plebe dos advogados, dos coitados que andam por esse país fora a realizar o Estado de Direito, com os casacos coçados e cheios de calotes. Do outro lado, estão os barões da profissão, "partners" de grandes escritórios de apelidos sonantes, com mordomias estabelecidas. Agrada-me o papel do Dr. Marinho e Pinto nessa luta de classes das criaturas com o canudo das leis. Como também me agrada a maneira como põe no sítio certas jornalistas de competência patética, boca descomunal e lábios inchados de silicone.
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