domingo, dezembro 28, 2008

O tempo que passa

Esta coisa de encontrar os mesmos dias, mais ou menos simbólicos, todos os anos (Natal, Fim de Ano, Páscoa, aniversários, etc.) cria uma sensação de que o tempo é circular, de um vai-vem permanente, como se existisse um inevitável retorno, como se houvesse coisas imunes ao passar dos anos. O envelhecimento esconde-se por detrás dessa circularidade, parece sempre adiado ou, pelo menos, retardado, como convém a quem luta contra a morte. Se, em vez disso, a nossa visão do tempo for linear apercebêmo-nos claramente da fatalidade do que não regressa, do que ocorre obviamente uma só vez na vida, como tudo... Tudo acontece uma só vez na vida! Há sempre o "detalhe" do que parece repetir-se que faz toda a diferença. A representação do tempo num eixo, entre menos e mais infinito, é mais realista. Quase me apetecia representá-lo como uma longa estrada rectilínea, a perder de vista, com múltiplas saídas por onde cai cada um de nós quando morre.

1 comentário:

tnr disse...

E' por isso que e' tao importante aproveitar as pequeninas delicias da vida enquanto e' possivel. E' por isso que e' tao importante valorizar o que realmente vale a pena, enquanto isso e' possivel. "O' tempo, volta p'ra tras" nao passa de uma mera frase numa mera cancao.