sexta-feira, julho 25, 2008

?!

Olhou na vidraça e viu uma sombra escarrada de gotas de chuva, imprecisa. O dia estava cinzento e a chuva mole dava cabo da mínima esperança. Sentiu-se preso no seu próprio corpo, paralisado por correntes invisíveis. Metamorfose. Na vidraça continuava aquela sombra que parecia pedir ajuda. Mas, fora, a rua estava deserta. Todos se tinham abrigado da chuva. Dentro apenas havia um velho relógio de parede que teimava num ritmo metálico. Maldita disciplina. Bateram horas. Não se sabe quantas nem é importante. Só a chuva contra a vidraça competia com o relógio... Até vir o sol de novo.

A pior prisão é a realidade, não o que dela imaginamos. A imaginação é livre e muda. A realidade é eterna, rochosa.

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