segunda-feira, março 31, 2008
Eleições em África
Dado o que se está a passar no Zimbabwé e o que se passou não há muito tempo no Quénia e o que se tem passado noutros países do mesmo continente, parece que a melhor receita para atear uma guerra civil seja convocar eleições "livres e democráticas" com a devida vigilância de "observadores internacionais independentes". Antes de mais, apesar de todos esses observadores, as fraudes proliferam como cogumelos, sem grande sofisticação. Depois, ninguém está disposto a admitir a derrota, acusando a parte oposta de aldrabice, corrupção e violência. A coisa acaba por "resolver-se" à cacetada, mergulhando os respectivos países na instabilidade, no caos e no sangue. Melhor seria reconhecer que as ditas eleições à moda ocidental talvez não sejam o melhor processo de legitimação do poder em países que não tem nada de ocidental e que, pelo contrário, tanto sofreram com os ocidentais desde que foram colonizados a partir do século XV. No passado, a África vivia mais ou menos em paz e desenvolvia-se ao ritmo da sua cultura, na diversidade das suas tribos e regiões. Foram os ocidentais que criaram artificialmente a maior parte dos "países" africanos e que alimentaram as rivalidades tribais para dominarem os povos do continente. E agora vêm com a explicação simplista do tribalismo para justificar o anátema africano...
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