terça-feira, fevereiro 12, 2008

Não

Por favor não me digas que não. Estou à espera há tanto tempo, sonhei com este momento dias e noites a fio. Não posso suportar o teu “não”. É como se a vida que fingi viver desaparecesse de repente, para sempre, envolta numa nuvem escura. Por favor chega-te a mim, explica-me as tuas dúvidas. Diz-me de onde vem a tua inquietação, de que tens medo, que promessas achas que não vão ser cumpridas. Que falta de convicção é essa que te dá suores frios, que te faz olhar para o futuro através de um vidro opaco. Porque é que tens medo de acordar todos os dias ao lado da mesma pessoa, de cheirar o mesmo corpo, de tomar o mesmo café pela manhã, por vezes quase frio, de faltar ao encontro à porta da escola, de ver o mesmo número no visor do teu telefone, de ter vontade de ir a outro lado sem ter de dar explicações, de querer fugir sem remorsos. Porque é que temes a prisão da vida e teimas em não crescer, em não olhar as coisas com serenidade. De que liberdade andas à procura. Que tumulto é esse que te priva de dois dias seguidos de paz. Que maldição é essa que te prende a um campo estéril.

São piores as tuas dúvidas do que o “não” que me darás. Vou sofrer algum tempo, mas depois levanto-me de novo. Nunca desisto, mesmo perante simpáticos algozes de sentimentos, como tu. O principal mal será teu. Continuarás presa nos ferros torcidos do teu querido desastre até ao próximo crash. Porque haverá sempre mais um…

1 comentário:

Anónimo disse...

Nunca li nada, em nenhum blog que nao no meu blog que me dissesse tanto...
Raramente comento, mas adoro vir ca e ler o que escreve! Obrigada!