domingo, janeiro 27, 2008
Lagura
Restaurante tipo "new age", "à la mode", "world cuisine". Hora de jantar. Na mesa ao lado, ela de frente para mim, ele de perfil. Visivelmente apaixonados. Mãos entrelaçadas, olhares que se derretem, sorrisos de uma doçura luxuriante. Ela terá perto de 50 anos, fala inglês com sotaque americano, tem um vestido preto decotado, de onde irrompem seios cheios de vontade, braços nus com celulite eloquente, irremediável. A face ostenta sinais de "gasto", alguma pele enrugada cai-lhe pelo pescoço, atraiçoando o "lifting". De vez em quando ri e as rugas saem das trincheiras onde se escondem à força da cosmética. Ele parece muito mais jovem (mas, os nórdicos enganam...). Moreno, pescoço forte, braços de desportista. Responde a todos os "avanços" que ela lhe faz, fazendo carícias, beijando-a, envolvendo-a com os braços e com o olhar. Sabe deus o que dá e o que recebe... Bebem copiosamente.
Saí dali com alguma pena dela, pelo desespero com que precisava de seduzir. Mas, o amor não tem idade, n'est-ce-pas?
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