Em França, a greve dos transportes públicos, que dura há uma semana, parece não ter fim, para enorme raiva dos utentes que têm de passar por um autêntico calvário para manter o seu ritmo de vida. Paris encontra-se paralisada e as pessoas inventam as soluções mais incríveis para não faltar ao emprego ("férias compulsivas", bicicleta, etc.). Os funcionários públicos são acusados pela direita e por utentes fartos de tanto caos de serem uma cambada de privilegiados, protagonistas de lutas obsoletas. O principal problema consiste na degradação das condições dos regimes especiais de reforma dessas categorias profissionais, alinhando-as mais com o sector privado (período mínimo de descontos, última remuneração de referência, etc.) e permitindo ao Estado reduzir o défice dos respectivos sistemas de segurança social.
O governo e o Sr. Sarkozy mantêm a sua posição de intransigência e, começa-se a especular que, simplesmente, esperam que os utentes se revoltem tanto que os grevistas desistam por excesso de impopularidade. Ou seja, o governo e o Sr. Sarkozy acham que os grevistas vão voltar ao trabalho por terem medo de provocar uma guerra civil... E isso seria a mais temível arma negocial à disposição do governo. Basta nada fazer e esperar que cheire a esturro para vergar finalmente a cambada de privilegiados.
Espero que a moda da guerra civil como instrumento de "política social" não pegue...
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