domingo, setembro 02, 2007


Partir é complicado...

Por um lado, há o desejo fortíssimo de ir, deixar o que se conhece, aquilo a que se está acomodado, habituado, conformado, para conhecer o desconhecido, para descobrir o que nunca esteve ao alcance e que agora está à distância de uns dias...

Por outro lado, há o medo de deixar isso mesmo que se conhece, onde se é e está confortável, onde se sabe amar e ser amado, onde tudo é familiar...

Nunca o medo deve ser desculpa para perder uma nova descoberta, um novo mundo. Mas mesmo não sendo limitativo, ele cresce cá dentro, sob a forma de arrepio, sob a forma de expectativa, impaciência, curiosidade e respeito.

É um medo bom, que enche de adrenalina e vontade de o desafiar. Mas não deixa de ser um medo.

Por outro lado, ainda, há o desejo de ir, de voar e abrir as asas. Há a emoção intensa desse novo mundo. Mesmo assim, cresce já a saudade do que fica e a melancolia da separação, do que fica em standby.

Só há duas certezas quanto ao futuro:
- De um regresso doce ao que é agora conhecido e amado.
- De uma partida amarga desse desconhecido que será, então, já conhecido e amado.

Partir é complicado!

1 comentário:

Miguel disse...

A quem o dizes... E o pior risco depois de uma tal experiência é o de se sentir estrangeiro em todo o lado, cá e lá... Mas, também há maneiras de evitar ou gerir esse risco. E isso não deve servir de alibi para permanecer toda a vida como um "manjerico à janela do seu quarto" (M. Torga)...