Como em todo o lado, em Portugal há gente boa e má, pessoas espertas e burras, sensíveis e brutais, patetas e burlonas, ingénuas e cínicas.
Mas, às vezes, tenho a impressão de que Portugal é de peluche. É tudo muito fofinho, toda a gente parece ter as melhores intenções, derretem-se sentimentos como se fosse manteiga, chora-se com uma facilidade desconcertante, os sentimentos mais profundos e íntimos são postos na praça pública como mercadoria barata. A publicidade, por exemplo, trata-nos como se fossemos criancinhas ou, pior ainda, como doentes mentais. Como se os portugueses precisassem de desenhos para assimilar as ideias mais primárias.
Toda a gente é muito disponível e quer fazer tudo, já e bem para satisfação dos seus semelhantes. Mas depois é tudo boas intenções, fogo fátuo, generosidade inconsequente. Na prática, vezes demais, as coisas não se fazem, fazem-se tarde ou mal. Mas, as pessoas parecem dar-se como pães de mel porque gostam muito uns dos outros.
É como se:
“Portugal não é mau. É todo bom e acolhedor. É algodão doce. É um concentrado de afectos. Não vai tão rápido nem tão bem como os outros, mas é especial. É nosso. É de peluche...”
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