É minha impressão ou anda por aí uma enorme falta de verdadeiras notícias, de autênticas novidades ? Abrem-se os jornais, vê-se a televisão, ouve-se o rádio e sai a treta do costume. Os jornalistas bem se esforçam por surpreender as pessoas, mas o que têm para vender são cimeiras da presidência portuguesa, extasiada consigo mesma, mais uma tentativa de atentado em Londres, mais uns não sei quantos fundamentalistas islâmicos que arranjam as confusões habituais, o Bush que voa de asneira em asneira como uma libelinha desajeitada, o PS que monopoliza cada vez mais o poder, incluindo os micro-poderes espalhados por esse país fora. E a oposição que estrebucha como pode. Coitados. E coisas assim, déjà vu, cansativas, que não põem em causa a monotonia do quotidiano e a legítima expectativa de férias num Verão que teima em não se exprimir na plenitude dos seus clássicos atributos. Até a meteorologia caprichosa se tornou uma rotina...
É claro que os desempregados e os trabalhadores em situação precária não devem gostar da cantiga da flexisegurança. É claro que os devedores de empréstimos para compra de habitação não devem gostar dos anúncios de aumento das taxas de juro. É claro que os estudantes estão fartos dos erros dos enunciados das provas de exame. É claro que as pessoas competentes que são preteridas por não terem o cartão certo se acham, a justo título, vítimas de uma democrática injustiça. É claro que os números da violência doméstica fazem mal. Mas, tudo isso, infelizmente, é só mais do mesmo e faz parecer os dias e as semanas cada vez mais parecidos.
E o defeso do futebol (para quem gosta dele...) também não ajuda a colmatar a falta de emoções fortes. E as contratações de craques que vão sendo anunciadas pelos 3 grandes não deixam ninguém entusiasmado.
Anda tudo farto de falsas surpresas e de extemporâneas urgências. Anda toda a gente a precisar de ir a banhos, depois de um ano pesado e insípido, para enfrentar mais um ano de repetições... ou talvez não...
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