Este é um exemplo de instrumentalização de uma memória colectiva, da história de um país para fins publicitários a favor de interesses privados bem precisos. É sabido o papel que o Fiat 500 desempenhou na Itália do pós-guerra, transformando-o num ícone do crescimento, da urbanização e do surto da classe média nesse período, como foi também o caso do 2 cavalos em França ou do carocha na Alemanha. Mas, colar de forma tão despudorada uma mercadoria a um imaginário político e cultural é algo original. Seja como for, os Italianos estão habituados a pagar as perdas da Fiat e a ceder os lucros aos seus accionistas privados, à cabeça dos quais se encontra a família Agnelli. E, a pretexto do peso relativo no país dos empregos, do investimento e das exportações do grupo, todo o tipo de benesses lhe é concedido. Abençoada promiscuidade publico/privado num país onde os campeões nacionais da industria não abundam... para além dos da moda (Armani, Gucci, Valentino, Fendi, etc.) e da "pasta" (Barila).
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