Um tipo hospedado num hotel de luxo abeirou-se de uma piscina e viu um peixe. Hesitou antes de mergulhar.
"Uma piscina é para os humanos, apesar de a àgua ser para os peixes. E o cloro da àgua das piscinas deve tornar a vida do peixe efémera... Ou não haverá cloro naquela piscina e, nesse caso, não será prudente mergulhar? Digamos, mais por causa da presumível má qualidade da àgua do que da presença do animal que, seguramente, não faria mal a ninguém... Também com um tamanho daqueles... Valha-nos Deus!"
O peixe lá continuava a dar voltas graciosas no fundo azul da piscina, não demonstrando o menor indício de mal-estar ou agressividade.
"Outra possibilidade: o peixe seria de uma tal espécie ou calibre que seria resistente ao cloro. Mas, nesse caso poderia não ser muito amigável com os humanos... Talvez se tratasse de uma criatura geneticamente modificada para resistir ao ambiente hostil das piscinas e assim poder conviver com os humanos harmoniosamente. Digamos que se poderia tratar de um novo ornamento para piscinas de topo de gama."
Inclinou-se e molhou a mão. A àgua estava tépida, mesmo apetecível para um mergulho.
"Com uma temperatura da àgua assim tão alta, provavelmente, o peixe será de origem tropical e tinha ouvido dizer que há várias espécies de peixes dessas paragens que atacam os humanos."
No fim de todas esses reflexões e dada a sua proverbial aversão ao risco, decidiu voltar para o quarto do hotel e tomou um banho de imersão bem quente e perfumado. Que beleza... Quando, mais tarde, voltou à casa de banho, a banheira estava vazia e no fundo encontrava-se uma PIRANHA moribunda, certamente envenada pelo sabão e pelos sais com que tinha condimentado a àgua. Despiu-se todo imediatamente e olhou-se ao espelho em pormenor: nenhum sinal de mordedura letal...
Pelo sim, pelo não, foi às urgências do hospital. Já mesmo a chegar, ao atravessar a rua, foi atropelado por uma ambulância. O prognóstico continua reservado...
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