"O pai põe a pilinha na mão." Mafalda, então com três anos, não podia imaginar que aquela frase, repetida com a surpresa típica de quem descobre o sexo oposto, iria provocar a derrocada da sua família.
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Chegou a considerar abuso o facto de pôr as miúdas no colo e fazer 'cavalinho'. Achava que aqueles movimentos tinham uma carga altamente sexual. Para evitar problemas, deixei de lhes mudar as fraldas, deixei de lhes dar banho, e já nem sabia bem o que podia ou não ser considerado estranho. Sentia-me encurralado.
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a mãe das crianças interpôs uma queixa-crime por abuso sexual contra Manuel. O pai ficou impedido de ver as crianças até saírem os relatórios dos especialistas
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Já passaram três anos desde que a mãe da Mafalda e da Francisca interpôs uma queixa-crime por abuso sexual contra Manuel. Já passaram três anos desde que Manuel viu as filhas pela última vez. A queixa-crime acabou de ser arquivada, porque o juiz considerou não ter qualquer fundamento. O julgamento que irá regular o poder paternal está marcado para Fevereiro. Manuel tem saudades das filhas mas sabe que tanto tempo de ausência e de indução de medo quebraram laços que nunca deviam ter sido quebrados. Resta saber se ainda há forma de os recuperar.
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1 comentário:
A relação entre adultos e crianças tornou-se quase suspeita. Ao que isto chegou... E talvez nunca tenha sido tão importante a relação entre uns e as outras.
Mas, também existe a hiper-mediatização. A pedofilia é tão velha como a Humanidade. Tornou-se um tabú há vários séculos (não o era por exemplo na Antiga Grécia) e recentemente a imprensa deu-lhe uma enorme visibilidade que alimenta a crítica e o repúdio da esmagadora maioria da opinião pública. Porém, há algum tempo foi legalizado na Holanda um partido que pugnava abertamente pela pedofília. O debate foi mais do que muito e penso que, no fim de contas, a organização foi banida. Os Holandeses são conhecidos pelo seu pioneirismo (para o melhor e para o pior) em matéria de usos e costumes... O que queria dizer é que talvez a pedofilia, enquanto tal, não tenha aumentado. O que terá aumentado é o numero de casos divulgados, o que dissemina na opinião pública a (talvez) falsa ideia de que se tornou um flagelo, especialmente, numa altura em que a sensibilidade a esse fenómeno cresceu enormemente. É pena não poder comprovar estas afirmações com estatísticas que, de resto, não sei se existem (ou se são fiáveis no caso de existirem).
Também pode haver um efeito contágio como sucede, por exemplo, com os suicídios. Parece provado que a divulgação de suicídios aumenta a propensão ao suicídio e, de facto, os casos aumentam na sequência dessas notícias.
Um dos aspectos mais revoltantes da pedofília é a violência física e/ou psicológica exercida por uma parte forte contra uma parte vulnerável, ignorante, fraca e indefesa. Tudo isso baseado em experiências de vida com uma duração e espessura completamente diferentes.
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