Era uma vez uma torneira que pingava, pingava, pingava. A dona da casa apertava, apertava, apertava, mas a torneira pingava, pingava, pingava. A dona de casa chamou um canalizador que se pôs a consertar a torneira. Martelava, desmontava, montava, desapertava, apertava. A torneira gemia de tanta atrocidade. Finalmente, deixou de pingar. A dona da casa, apertava e desapertava e a torneira voltou a portar-se bem, deixando correr apenas a àgua que era necessária, quando era necessária, àgua quente, àgua fria, àgua morna. Tornou-se de novo uma torneira obediente e eficaz. A dona da casa deu por bem empregue o dinheiro gasto com a reparação. Um dia, porém, uma gota de àgua caiu. Furtivamente. A dona da casa pôs-se à espreita, olhando desconfiada para o bocal da torneira, de onde uma outra gota caiu. Passados uns segundos, ainda outra caiu e o ping-ping insuportável recomeçou. Regressou o canalizador que disse que a torneira não tinha conserto, que era preciso comprar uma nova. A dona da casa rendeu-se à evidência. Foi instalada uma torneira nova, moderna e resplandecente, que acabou por sobreviver à dona da casa, sem uma única gota a pingar fora de tempo.
E se a economia fosse uma torneira ?
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