Começa a parecer chuva no molhado criticar Bush ou denunciar as suas intermináveis "gaffes". O homem é desajeitado e mau e reacionário. Todos o sabemos. Resta apenas esperar que os estragos não sejam ainda maiores daqui até à próxima eleição presidencial e que os nossos amigos americanos, finalmente, se decidam a mandar o tipo para aquele sítio cruel e mal cheiroso.
Dito isto, ouvi no rádio o Sr. Bush criticar violentamente um certo artigo da Convenção de Genebra (àcerca do tratamento de prisioneiros de guerra) porque tal disposição estabelece o princípio da preservação da dignidade humana. E o argumento do Sr. Bush é o seguinte: "dignidade humana" é um conceito subjectivo e, por conseguinte, do ponto de vista do Direito Internacional, passivel de interpretações, e tal coisa limitaria a capacidade do Governo Norte-Americano de lutar contra os terroristas do Eixo do Mal. Os serviços secretos e o exército dos EUA não deveriam ser cerceados por tais considerações na sua luta incansável contra os inimigos da nossa civilização.
O que me ficou da história foi o rigor jurídico que inspirou o Sr. Bush na referência à "dignidade humana" que para ele é, portanto, qualquer coisa de discutível e à qual se sobrepõem outros interesses e prioridades.
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