Um deputado de direita da Flandres apaixonou-se por uma deputada de esquerda da Valónia. A Senhora está grávida do flamengo. O Senhor é casado e tem um filho. Os amantes conheceram-se nos corredores do parlamento belga. Pretendem casar-se.
A história está a provocar uma grande celeuma na Bélgica, não por causa de uma suposta ofensa à moral e aos bons costumes ou por ser politicamente incorrecta (!), mas porque um é flamengo e a outra é da Valónia e as duas regiões em que se divide o país mais parecem Nações independentes em litígio. Uma, situada a norte, assemelha-se à Holanda (também linguisticamente), é rica e industrializada. A outra, situada a sul, é francófona e essencialmente agrícola e dependente das transferências do governo central. A rivalidade é enorme e os laços culturais e afectivos entre as duas comunidades são escassos. Apenas 1% dos casamentos realizados na Bélgica envolvem noivos provenientes das duas regiões. Diz-se que a única coisa que ainda une os belgas é o Rei Alberto II.
3 comentários:
História deveras romântica... Mas o que explica diferenças tão grandes?
Basicamente, a explicação reside na história do país, que não conheço detalhadamente. O Reino da Bélgica é o resultado, ao longo de vários séculos, da agregação sob uma única casa real de territórios senhoriais que pertenciam a "mundos" diferentes.
De facto, a Bélgica independente remonta a 1830, quando a região foi desmembrada do Reino dos Países Baixos, na sequência do Congresso de Viena. Antes das guerras napoleônicas, a região consistia nos Países Baixos Espanhóis.
Alice, a Valónia e a Flandres não têm nada a ver... É como colar a França e a Inglaterra num só país. :)
Se bem me lembro, a Bélgica foi pensada como um estado-tampão para proteger a França.
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