Saltas de uma atenção a outra
De uma preocupação a outra
De uma prioridade a outra
De uma côr a outra
De uma paixão a outra
De uma ficção a outra
Mas, de facto, onde estás ?
(Quem és, não se pergunta…)
O que resta da tua vontade ?
A vontade não é uma geometria
Não é um algoritmo
A vontade vira com o vento
Se tudo fosse claro
Se o caminho fosse pré-definido
Se houvesse um mapa em que o teu percurso estivesse milimetricamente traçado
Se a dúvida não existisse
Se a surpresa fosse proíbida
A vida seria menos fascinante
Desconfio de quem tenha demasiadas certezas
Mas há incertezas ou fatalidades que nos fazem parar
Que bloqueiam as decisões
E não decidir é uma decisão
É ser empurrado pelas circunstâncias, pela corrente onde se afoga a nossa capacidade de mudar
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