


Quem se ri de tudo isto é o pequeno/grande Sarkozy (Ministro do Interior do governo Villepin) que, de farpa em farpa, vai reforçando a sua candidatura a candidato à Presidência francesa, como representante da direita. Sarkozy é um daqueles homens com um ego incomensurável, convicto e obstinado, que sonha com o Palácio do Eliseu e que proclama esse sonho sem qualquer hesitação.
À esquerda, perfila-se a Senhora Ségolène Royal como candidata às próximas presidenciais que terão lugar em meados de 2007. È muito culta, distinta, já foi ministro e é casada com François Hollande, o (contestado) lider do Partido Socialista. Também em França, o PS está num caos. Laurent Fabius (antigo Primeiro-ministro e Ministro da Saúde, enredado num escândalo de sangue contaminado) é um dos principais opositores a Hollande. Mas, as facções internas são mais do que muitas, lideradas por personagens como Henri Emmanuelli ou Dominique Strauss-Kahn. Ségolène Royal pode beneficiar de uma certa dinâmica mundial a favor das mulheres-Presidente (casos recentes do Chile, Libéria, Alemanha e Finlândia).
E depois, há o carismático Senhor Le Pen, mais populista e xenófobo do que nunca, que vai lentamente capitalizando a raiva e as frustrações do "peuple d'en bas" e que já provocou alguns calafrios nas últimas presidenciais de 2002 ao apresentar-se como uma alternativa "séria" a Chirac. Aliás, se teve algum mérito, o mandato de Chirac teve o de ajudar a travar a progressão da extrema-direita.
Como se pode ver, também em França, as presidenciais são coloridas e os franceses têm amplas razões de queixa da sua caríssima "classe política". "À suivre".
3 comentários:
Ena!!! Afinal não é só em Portugal que a política é uma novela mexicana
;)
Conclusão absolutamente pertinente. É preciso conhecer o resto do mundo para não ficar tão deprimido com o que se passa intra-muros e para relativizar os nossos dramas.
Quando existe crise a demagogia e as soluções fáceis reinam em todo lado! Não só em Portugal!
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