sábado, dezembro 21, 2013

Thank you for all the joy, Missy. You will be sorely missed.


Perdi hoje o meu querido gato, após quase 18 anos. Era um macho a que decidi chamar Missy (penso que nunca se importou...). Era de raça Maine Coon, todo preto, portador de olhos verdes muito expressivos e brilhantes. Uma vez, numa bela tarde de domingo,  quando ainda era muito pequenino, resolveu vir até ao nosso quintal fazer-nos uma visita; apesar de esfomeado, era muito brincalhão e foi um verdadeiro “amor à primeira vista.” Depois de saber que tinha sido abandonado por um vizinho dei-lhe de comer, passei a levá-lo ao veterinário...e até hoje. É com um nó na garganta e uma autêntica queda de águas livres pela cara abaixo que escrevo isto. Julgava que as lágrimas já me tinham secado.

Adorava frango de churrasco, fiambre e bifinhos de peru. Aos fins de semana, quando eu tenho mais tempo, saltava-me para cima do colo assim que cheirava o café da manhã e ronronava de felicidade com o cheirinho enquanto eu lhe “catava o piolhinho”. Muito gostava aquele bicho de mimos...mas como bom gato que era, tinha de estar disposto a recebê-los.

Conhecia o barulho dos nossos carros, esperava por nós no parapeito da janela e assim que metia-mos a chave à porta estava sempre sentado do outro lado a olhar para nós; entravamos em casa, dava meia volta e ia à sua vida. Tal qual um cão sem metade do trabalho. 

Foi pouca a temporada em que nunca vivi sem, pelo menos, um animal de estimação. Já estão todos a fazer tijolo há muito tempo, mas não me lembro de derramar tanta lágrima como hoje. É isto que acontece quando nos apegamos a algo, a alguém ou a qualquer outro ser vivo; mais cedo ou mais tarde acabamos por perder todos e tudo o que é importante para nós.  Em dias como este pergunto-me se vale realmente a pena, mas depois recordo-me das palavras do eterno Pablo Neruda, “O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido”. 

É por isso que passamos a vida a “substituir” amizades, amantes e animais de estimação, num contínuo cair e levantar, acabar e recomeçar. Assim é a montanha russa desta bela-filha-da-%#!@ chamada vida.

Quem é que vai agora estar à minha espera? 
 
 
Tenho dito!

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