Há pessoas que cobrem as paredes de sua casa com livros que nunca leram ou de que se esqueceram ou que não tencionam mais consultar. Os livros são assim transformados em decoração ou – pior ainda – em demonstração pretensiosa de uma erudição que, caso fosse genuina, não precisava de qualquer ostentação. Eu decidi meter os meus livros nas águas furtadas. Só mantenho na minha sala os que estou a ler, que são, infelizmente, poucos.
1 comentário:
Pois eu prefiro olhar para livros do que para um acervo de cacos (ler ”bugigangas/ bibelots”).
Quem me dera a mim poder tirar os livros que tenho dentro de caixas e armários e arranjar um refúgio com uma poltrona reclinável; uma mesinha redonda tipo braseira com um jarrão com rosas amarelas por cima ao lado do dito cadeirão; um aquário com muitos peixinhos coloridos e as quatro paredes cobertas de livros, fotos de entes queridos e posters com pensamentos positivos onde pudesse passar horas a fio a ler e a ouvir jazz e música clássica. O problema é que, depois, seria muito difícil alguém me arrancar de lá. Talvez um dia; entretanto sonho, algo que nunca fez mal a ninguém – antes pelo contrário. A surefire way of dying happy, indeed!
Gosto de olhar para livros, gosto de os sentir na mão, do cheiro, de escrever nas margens e destacar as passagens mais relevantes com cores fluorescentes. Talvez por isso me sinta tão bem no silêncio de uma biblioteca e me recuse a comprar um leitor de livros digitais tipo Nook ou Kindle.
Para mim, uma casa sem livros é uma casa triste e não percebo como há pessoas que se queiram desfazer dos livros que têm, mesmo que já os tenham lido e que não tenham intenções de os consultar novamente.
(as I’m writing this last paragraph I had an epiphany: I think the reason why I equate lack of books in a home to sadness is because it reminds me of a certain period in my life when I wanted to read every single book ever published and had to beg and plead to be able to read just one).
Dito isto, até percebo onde queres chegar. Conheço duas famílias assim: uma usa livros como objectos de decoração e a outra “para inglês ver.”
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