domingo, outubro 14, 2012

A minha vida sem dinheiro


Heidemarie Schwermer, professora e psicoterapeuta aposentada, é uma avó alemã de 69 anos que decidiu desfazer-se de todos os seus haveres para viver, durante 13 anos, como autêntico indigente-destituído. Bem, não completamente destituída, pois o que a senhora fez foi trocar bens por serviços, e.g., trabalho doméstico por comida. Não obstante ser uma mudança radical para o seu dia-a-dia foi, também, uma experiência que a deixou muito feliz.  Depois escreveu um livro intitulado Das Sterntalerexperiment – mein Leben Ohne Gelde relatando essas suas experiências. The sterntaler experiment – my life without money, é a tradução para quem fala inglês mas não alemão. Este livro também já foi traduzido para italiano, espanhol, japonês e coreano; presumo que se algum dia for traduzido para português que será qualquer coisa como: A experiência sterntaler – a minha vida sem dinheiro.

A tese da senhora Schwermer é simples: o dinheiro distrai- nos do que é importante e da forma que as coisas estão hoje...não funciona. "After my apartment was emptied, I jumped around for joy."

Se  virmos bem as coisas, se formos completamente honestos connosco próprios, por muito materialistas que possamos ser teremos que admitir a veracidade desta teoria. Isto porque, ao confundirmos necessidades com desejos, passamos os nossos dias como verdadeiros robôs em busca de brinquedos que, no grande esquema das coisas, não passam disso mesmo: coisas. Para quê, alguém me sabe explicar? Será que temos mesmo necessidade de tudo quanto acumulamos ao longo da vida? Será para dar nas vistas e fazer inveja ao vizinho? Ou será para preencher algum vazio que tantos trazem no coração ou alma?  “Keeping up with the Joneses” (qualquer coisa como manter as aparências) que vejo em tantas pessoas que conheço, faz-me lembrar cães perseguindo as suas próprias caudas:  é engraçado assistir, mas não leva a lugar nenhum.  Why attach one’s self-esteem to an inanimate object?

Com cada ano que passa cada vez sinto mais necessidade de me desfazer dos excessos que me rodeiam: roupa, carteiras/malas, sapatos,  jóias, mobília, bibelots  e bugigangas (que só servem para atrair poeirada – detesto tanto o pó que até sou alérgica a ele!); dizia eu, por vezes apetece-me largar tudo e ir viver para o campo cultivar a terra e criar galinhas para ter ovos frescos. Falta-me coragem. Crise de meia idade? Talvez sim talvez não. Um dia ouvi dizer que, “people spend the first 40 years of their lives accumulating junk and the next 40 trying to get rid of it”, so maybe it’s not a midlife crisis after all, maybe this is how it is. I don’t know. I know nothing. 


"Everyone knows the upper crust is really a bunch of crumbs held together with dough."

“Considering there has been little to no discussion in the mainstream media on the topic of alternative ways of constructing an economy (…), it is a delight to learn of a documentary that charts one woman’s 13 year odyssey of living without money (…) What is starkly apparent in this short introduction to the film, is that Schwermer is confronted by total hostility from so many people. It seems that challenging the very foundation of (…) capitalism, is not met with open arms and open minds.”
maslow hierarchy of needs pyramide
“If one’s life is simple, contentment has to come. Simplicity is extremely important for happiness. Having few desires, feeling satisfied with what you have, is very vital: satisfaction with just enough food, clothing and shelter to protect yourself from the elements.” Dalai Lama


E finalmente, para quem estiver interessado: 17 de Outubro às 18:00 horas em Portugal


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