Heidemarie Schwermer,
professora e psicoterapeuta aposentada, é uma avó alemã de 69 anos que decidiu
desfazer-se de todos os seus haveres para viver, durante 13 anos, como
autêntico indigente-destituído.
Bem, não completamente destituída, pois o que a senhora fez foi trocar bens por
serviços, e.g., trabalho doméstico por comida. Não obstante ser uma mudança
radical para o seu dia-a-dia foi, também, uma experiência que a deixou muito feliz. Depois escreveu um livro intitulado Das Sterntalerexperiment – mein Leben Ohne
Gelde relatando essas suas experiências. The sterntaler experiment – my life without money, é a tradução
para quem fala inglês mas não alemão. Este livro também já foi traduzido para
italiano, espanhol, japonês e coreano; presumo que se algum dia for traduzido
para português que será qualquer coisa como: A experiência sterntaler – a minha
vida sem dinheiro.
A tese da senhora Schwermer é simples: o
dinheiro distrai- nos do que é importante e da
forma que as coisas estão hoje...não funciona. "After my apartment was emptied, I jumped around for joy."
Se virmos bem as coisas, se formos completamente
honestos connosco próprios,
por muito materialistas que possamos ser teremos que admitir a veracidade desta
teoria. Isto porque, ao confundirmos necessidades com desejos, passamos os
nossos dias como verdadeiros robôs em busca de brinquedos que, no grande
esquema das coisas, não passam disso mesmo: coisas. Para quê, alguém me sabe
explicar? Será que temos mesmo necessidade de tudo quanto acumulamos ao longo
da vida? Será para dar nas vistas e fazer inveja ao vizinho? Ou será para
preencher algum vazio que tantos trazem no coração ou alma? “Keeping up with the Joneses” (qualquer coisa
como manter as aparências) que vejo em tantas pessoas que conheço, faz-me
lembrar cães perseguindo as suas próprias caudas: é engraçado assistir, mas não leva a lugar
nenhum. Why attach one’s self-esteem to
an inanimate object?
Com cada ano que passa
cada vez sinto mais necessidade de me desfazer dos excessos que me rodeiam:
roupa, carteiras/malas, sapatos, jóias,
mobília, bibelots e bugigangas (que só
servem para atrair poeirada – detesto tanto o pó que até sou alérgica a ele!);
dizia eu, por vezes apetece-me largar tudo e ir viver para o campo cultivar a
terra e criar galinhas para ter ovos frescos. Falta-me coragem. Crise de meia
idade? Talvez sim talvez não. Um dia ouvi dizer que, “people spend the first 40 years of their lives
accumulating junk and the next 40 trying to get rid of it”, so maybe it’s not
a midlife crisis after all, maybe this is how it is. I don’t know. I know
nothing.
"Everyone knows the upper crust is really a bunch of crumbs held together with dough."
“Considering there
has been little to no discussion in the mainstream media on the topic of
alternative ways of constructing an economy (…), it is a delight to learn of a
documentary that charts one woman’s 13 year odyssey of living without money (…)
What is starkly apparent in this short
introduction to the film, is that Schwermer is confronted by total hostility
from so many people. It seems that challenging the very foundation of (…)
capitalism, is not met with open arms and open minds.”
“If one’s life is simple, contentment
has to come. Simplicity is extremely important for happiness. Having few
desires, feeling satisfied with what you have, is very vital: satisfaction with
just enough food, clothing and shelter to protect yourself from the elements.”
–
Dalai
Lama
E finalmente, para quem estiver interessado: 17 de Outubro às 18:00 horas em Portugal
Sem comentários:
Enviar um comentário