Lembro-me muito de si, sobretudo nos momentos mais dificeis ou quando as coisas não correm bem. Lembrei-me muito de si anteontem. Era uma mulher de guerra, que passou por muito, sem nunca perder a boa disposição. Não calcula a influência que teve na minha vida e desculpe o tormento que era para me fazer comer milho frito, sopa ou as papas Maizena ao lanche...
Tenho saudades do seu colo;
dos seus abraços; dos seus beijos; do seu olhar cheio de amor ou reprovação
(bastava aquele olhar de lado ou por cima dos óculos que estava tudo dito...).
Tenho saudades dos seus contos do outro tempo, quando a avó era criança; das
nossas caminhadas pelos campos da Camacha no meio de tanto arvoredo, verdura e
vegetação (acho que é desses tempos que me vem o gosto por “hiking” no meio da natureza).
Tenho saudades de a ajudar a tirar a casca ao grão, às ervilhas e a escolher os
melhores grãos de arroz (no tempo em que era tudo comprado fresco e avulso na
mercearia da D. Lurdes ou no Mercado ao pé dos Correios) e de depois fazermos umas
pegas muito coloridas com as guitas que vinham a amarrar os pacotes. Tenho
saudades das nossas conversas e das suas lições que me têm servido tanto na
vida.
Dizem que tenho o seu queixo e
testa; gostava de ter a sua presença. Obrigada por me ter criado, pela sua paciência,
por todo o amor. Obrigada por tudo.
You were my sunshine. I love you and miss you.
L.
de Nóbrega
13/9/1886 – 13/4/1973
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