Sadie (5 anos) e Eva (3
anos) são irmãs. Sadie, com a melhor das intenções, resolveu dar um corte de
cabelo à irmã. Subiu para cima da pia da casa de banho para chegar à tesoura ...
e aqui vai disto, ó Evaristo.
A mãe, quando viu aquela
obra prima, começou aos gritos; depois de os ânimos acalmarem, o pai (que é
jornalista) entrevistou as duas pequenitas e perguntou a Sadie porque tinha
feito aquilo à irmã. As respostas e a inocência das miúdas (assim como a reacção
da mãe) fazem-me lembrar um certo episódio cerca de 1967 que envolveu uma certa
criança de 6 anos, a irmã de 3 e a mãe de ambas. Esse episódio não teve a ver
com um corte de cabelo, mas sim com um vestido novo...e uma tesoura. E mais não
digo.
Porque cortaste o cabelo
à tua irmã? Porque lhe fazia comichão nas ancas e como já lhe chegava
ao rabiosque quase que entrava pela retrete adentro: “’cause it was all the way down
to her tush and if she grew it any longer, when she wiped her butt...her hair
was...like...it would go into the toilet…it would be gross…”
“When
I was finished I put the scissors back and looked back at her and was like, Uh,
oh, this is bad; bad, bad, bad…”
Muito comprometida, Eva desce então as escadas e diz aos pais que tinha cortado o cabelo e perguntou se
não era um corte bonito. Achei imensa piada à forma como as pequenas relatam a
reacção histriónica dos pais – “I didn’t know you were going to scream like that, though!”. Eva tenta defender-se e diz que foi a
Sadie que lhe cortou o cabelo; Sadie zanga-se porque tinha dito à irmã para não
dizer nada; o pai pergunta a Sadie o que fez ao cabelo da irmã e esta diz que o
escondeu debaixo do aquecedor.
Cortar cabelo requer muita concentração, juramos não o
voltar a fazer – EVER!
“That was really, really, really terrible,
but everyone does that kind of stuff sometimes; it happens like once, or twice,
or three times in every life…or twice, or once…” Que é como quem diz, nenhum de nós está livre de fazer asneiras pelo menos
uma vez na vida...mas nunca repetir o mesmo disparate!
Eva queria o cabelo
cortado pelas razões mencionadas em cima. Não digo que tivesse sido este o
caso, mas conheço muitos pais que não querem cortar o cabelo dos filhos,
sobretudo quando a criança tem caracois (como Eva tinha) de modo que não me
admiro que os pais tenham feito orelhas moucas ao pedido da filha. Entra
Sadie, irmã mais velha, a salvadora, que compreende a irmã melhor do que
qualquer adulto e deita mãos à obra. O que me faz pensar assim é a seguinte
frase, “I really wanted a hair cutter to cut it.” (cabeleireiro diz-se
“hairdresser” e não “hair-cutter”). Depois
de os pais levarem a pequena a um “hair-cutter” profissional para “emendar” o
trabalho da “hair-cutter” amadora, Sadie já gosta do corte de cabelo da irmã e não
a consegue imaginar com o cabelo comprido porque (nas palavras da pequenita) já
lá vai muito tempo: “I can’t imagine her hair long anymore, it’s
been so long since I cut it.” Para uma criança de 5 anos “poucas
semanas depois”, foi há muito tempo; para mim, foi hoje de manhã...
Ainda se vão fartar de
rir com este episódio à mesa de Thanksgiving ou Natal com os filhos e pais.
Acho que só quem já foi rapariguita desta idade e que tem uma irmã mais ou
menos da mesma idade entende...
Tanta comoção por
causa de cabelo, quando:
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