domingo, abril 22, 2012

Um jardim

No meu jardim passeiam gatos que não me pertencem, pousa um melro que também não é meu. E outros pássaros que não conheço. Vão e vêm quando lhes apetece, deixam-se apenas observar fugazmente. Nem sei se dão pela minha curiosidade por trás da janela. Porque a vida deles (e a minha) continua(m) noutros jardins, em frente de outras casas. A erva do meu jardim cresce sem pedir autorização. Na minha opinião cresce depressa demais, regada pela chuva que não pára de cair há vários dias. Fica espessa e hirta, orgulhosa de crescer sem a minha autorização. Tenho de a cortar daqui a pouco. Ao fundo do jardim existem canas da índia que oscilam como bailarinas ao ritmo do vento. De repente, ficam estranhamente imóveis como se parassem para descansar ou para me dizer que sabem que as observo. O meu jardim é pequeno, delimitado por sebes que ocultam o jardim do vizinho e as coisas que por lá se passam. Imagino que sejam semelhantes às do meu jardim. Mas, não sei se o meu vizinho as vê como eu as vejo.

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