segunda-feira, maio 02, 2011

Atentados

Com o devido respeito pela relevância da morte de Bin Laden, o paroxismo mediático que rodeia esse facto leva-me a supor que os jornalistas gostam muito mais das notícias que eles próprios fabricam do que o comum dos cidadãos. Na verdade, as notícias são claramente comandadas pela oferta que gera a sua procura. Os jornalistas embandeiram em arco, dissecam a "coisa" até à náusea. E os consumidores aparentemente prestam-se a esse jogo... Num país a brincar com a bancarrota e com o desemprego a mais de 11%, o principal Telejornal do país dedica quase 1 hora à presumível eliminação do califa do crime global. E no meio de Bin Laden, outra enormíssima catástrofe: filas intermináveis de cidadãos (legitimamente) raivosos à espera de vez para a marcação de uma consulta no hospital dos Capuchos em Lisboa.

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