O carinha larocas que se está a bater ao piso para ser nosso Primeiro-ministro disse que não conhece a situação financeira do país mas admite que, se fosse necessário, defenderia mais um aumento da taxa geral do IVA. Eu nem queria acreditar: então o homem não sabe qual é a situação financeira do país? E deita abaixo o governo porque o país não suporta mais austeridade e, ao mesmo tempo, aceita a possibilidade de aumentar o IVA? Que deus nos ajude!
O Eng° Sócrates foi a Bruxelas armado em incompreendido herói nacional e a Sra Merkel teve pena da única criatura com sentido de responsabilidade neste país de bárbaros que passa a vida de mão estendida aos contribuintes alemães. E chegou ao ponto de criticar com veemência e revolta inusitada os deputados lusos que reprovaram os esforços do seu amigo Sócrates de pôr o pessoal na ordem. Alguém falou em soberania nacional, essa coisa que acaba quando se depende dos outros para comer?
Isto agora vai ser assim: ou governo de gestão nos próximos 2 meses até eleições antecipadas ou governo de iniciativa presidencial.
No primeiro caso, não estou a ver como é que um tal governo teria legitimidade para negociar a ajuda externa de que o país precisa. Chamar a isso acto de gestão corrente parece-me um eufemismo, mas o constitucionalista Jorge Miranda argumenta com "a defesa do supremo interesse nacional", acrescento eu, "em caso de catástrofe iminente".
No segundo caso, não me parece que se consiga formar uma coligação com maioria parlamentar minimamente credível e estável... a não ser que PS e PSD se metam de acordo ou que todos os partidos, à excepção do PS, se metam de acordo.
Parece-me mais provável a primeira hipótese e resta-me esperar que, no entretanto, não exista uma situação muito grave de falta de liquidez. Senão, que deus nos ajude!
Outra possibilidade seria a nomeação pelo Presidente de um "governo técnico" e apartidário, apoiado pelo Parlamento até às eleições, cuja função seria exactamente minimizar os estragos de um pacote de ajuda externa que, de qualquer maneira, iria vincular a acção de um novo governo saído das eleições. E que governo seria esse? A lógica seria PSD+CDS, supondo que o PSD não obteria maioria absoluta. Mas, tudo pode acontecer, incluindo os ganhos da paradoxal vitimização em curso do Eng° Sócrates e do PS. E então poderiamos voltar à estaca zero. Mais uma vez, que deus nos ajude!
Senão, poderiamos lançar um concurso público internacional para um contrato de administração do país por gente com juizo e tecnicamente preparada, contando com a cumplicidade obediente dos políticos indígenas, incapazes de governar a Pátria sózinhos.
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