Na semana que começa amanhã, o PEC4 será apresentado ao Parlamento. Segundo tudo indica, na quarta-feira, os deputados dirão "não" às medidas que, segundo o governo, seriam necessárias para convencer os outros países da União Europeia a tomar decisões favoráveis a Portugal na cimeira de quinta e sexta-feira. Vejamos o que decide o governo na sequência de uma reprovação do Parlamento. Vai a Bruxelas? Para dizer que as medidas não serão aplicadas? Como é que esse desfecho influenciará as decisões do Conselho de Ministros da UE? Provavelmente, na semana que está para começar, perderemos governo, os credores externos ficarão ainda mais preocupados, uma intervenção do FMI/fundo europeu de estabilização será ainda mais necessária para evitar taxas de juro exorbitantes e, no limite, bancarrota.
O PSD precipitará tudo isto porque, essencialmente, acha que precisamos do FMI, porque quer governar o mais depressa possivel, executando as medidas do FMI que se tornaram inevitáveis por causa da má gestão do PS. Antes de aqui chegar, teremos um pedido de demissão do actual governo, que passará a uma fase de gestão, o Presidente convocará eleições e talvez o PSD ganhe sem maioria absoluta, devendo pactuar com o Paulo Portas.
Talvez me engane. De qualquer maneira, acho que, de tudo isto, sairemos ainda mais desgraçados, ou seja, com as contas em ordem dentro de 2 ou 3 anos, mas continuando sem uma estratégia credível de desenvolvimento e condenados à estagnação.
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