quarta-feira, junho 02, 2010

A luta entre a PT e a Telefónica de Espanha pelo controlo do principal operador de telefones móveis do Brasil (Vivo) torna-se excitante, envolvendo alta finança, patriotismo e interesses venais (vitais?). A PT recusou uma primeira oferta de compra dos seus 50% na Vivo pela Telefónica. A Telefónica ameaçou com uma hipótese de compra hostil da própria PT (de recordar que a Telefónica tem já cerca de 10% das acções da PT: http://www.euronext.com/trader/summarizedmarket/stocks-2493-FR-PTPTC0AM0009.html?selectedMep=5). O Estado ameaçou com a sua "golden share", uma acção que lhe confere direito de veto. O Dr Ricardo Salgado (9.3% do capital da PT) armou-se em cavaleiro branco ao lado do governo. Um accionista estrangeiro - o fundo Brandes que tem quase 9.5% do capital da PT e cuja única pátria é o dinheiro - disse que a Telefónica não estava a oferecer o preço justo por 50% da Vivo. Vai daí a Telefónica subiu a parada e chegou aos 6500 milhões de euros. Os accionistas pararam para pensar... Afinal de contas, é mesmo muito dinheiro! O problema é o que fazer de tanto dinheiro: reinvestir aonde? distribuir aos accionistas? E o que resta do valor da PT após a venda da Vivo? Repare-se que o valor em bolsa da PT é hoje de 7700 milhões de euros. Ou seja, sem a Vivo ou sem uma alternativa de investimento à altura da Vivo, de preferência assegurando a manutenção de uma significativa internacionalização do grupo, a PT torna-se vulnerável a renovados ataques. E o Eng° Belmiro de Azevedo (com ou sem a ajuda da Telefónica e de bancos espanhóis - porque o dinheiro não tem pátria) estará seguramente à espreita depois da tentativa falhada de há alguns anos...

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