domingo, agosto 23, 2009
Corvos
Num dos raros momentos de sinceridade, disse-me que a mãe gostava de caçar e que, há muitos anos, em África, treinava fazendo pontaria aos corvos. À nossa frente, na esplanada do café, tinha acabado de pousar um corvo... Imaginei uma espécie de Calamity Jane, mostrando aos filhos a "alegria de viver" e a ferocidade das convicções, alvejando corvos para afinar a pontaria para caça mais grossa, de certeza. Não é que eu seja insensível ao simbolismo aziago dos corvos ou que tenha uma especial predilecção por tais animais, mas aquela história ficou-me na cabeça como uma metáfora e deu-me algumas pistas para perceber melhor a personagem que estava à minha frente e que tinha feito tal revelação com um misto de adoração e nostalgia da mãe predadora.
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