Olhem-me só para esta fotografia. Adivinhem quem é? Actor de cinema? Cantor pimba? Modelo de moda? Gigolo? Golden boy, yuppie ressuscitado dos anos 80?
Chama-se a criatura, supostamente auto-reputada de divinal, transcendente, determinada, genial e empreendedora, como não há na Pátria e arredores, Duarte d'Orey, o moço de 30 e poucos anos com um rancho de filhos, herdeiro de uma empresa secular de transportes marítimos, que tem andado nas primeiras páginas dos jornais por ter apresentado um plano arrojado de recuperação do BPP, implicando um investimento arriscadíssimo de 1 euro todo saído do seu bolso. É d'homem... E o Banco de Portugal e o Ministério das Finanças e os outros bancos são todos uma cambada de trambolhos que ainda não viram a nobreza do gesto e aprestam-se a chumbar tão magnânime e salvífica oferta. Portugal inteiro é pequeno demais para tanta audácia, não compreendendo a subtileza da montagem financeira e, ainda menos, a eloquência da pose nos jornais e revistas côr de rosa e a mistura de charme (!) com dinheiro que d'Orey protagonizaria.
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