terça-feira, janeiro 20, 2009
Os meninos grandes
No dia de Obama (que seja feliz e que faça os crentes felizes porque eu desconfio do poder de um homem só para mudar o mundo...) deu-me para escrever sobre uma parte do espectáculo da vida dos outros. Não é que seja a favor de que se viva a vida dos outros, mas devo confessar que adoro observar os outros e deles construir histórias a que só a imaginação põe limites. Também me vem à cabeça aquela teoria que divide as pessoas entre os que encontram energia dentro de si mesmos e aqueles que captam energia do que lhes é exterior. Os primeiros seriam espirituais e profundos, decididamente mais sólidos. Os outros, como eu, seriam superficiais e impulsivos, perdidos de si próprios, frágeis (por isso, também, mais interessantes... ). Seja! O que queria dizer a propósito do espectáculo dos outros é simplesmente isto: o império das crianças em que vive um grande número de famílias faz-se acompanhar da infantilização dos adultos. Estruturar a vida à volta da satisfação dos desejos dos meninos, fazer um investimento desmesurado no supremo prazer dos ditos, em que tudo tem de possuir um lado lúdico ou didáctico, faz dos adultos um bando de eternos meninos e adolescentes que vão fazendo escapadelas mais ou menos patéticas, irrisórias e custosas. Coitadas das crianças. Coitados dos pais das crianças. Sabe deus as frustrações ou pecados que têm de redimir sendo assim tão estremosos.
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1 comentário:
Verdade, quantas vezes reparamos que os adultos se comportam como crianças no mundo dos brinquedos.
Talvez porque lhes disseram que um dia vão ser crianças renascidas.
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