domingo, dezembro 07, 2008

Excessos de voluntarismo

Todos ou quase todos os governos da União Europeia andam hiper-activos contra a recessão. Nunca se viu tanto voluntarismo e tanta pressa para evitar os efeitos da dita cuja. Mas, a economia tem as suas leis, decerto volúveis porque dependem das decisões de milhões de agentes. De cada vez que se tenta ir contra a evidência da economia e não se respeita a sua dinâmica fundamental, o que resulta são excessos que alguém pagará, mais tarde ou mais cedo. Não existe economia capitalista sem ciclos. Negá-los é artificial e na prática conduz à sua amplificação, no curto prazo, e à redução do potencial de crescimento, a longo prazo. Quer isto dizer que o Estado se deve abster completamente de lutar contra a crise? Não diria tanto... Que Keynes e os keynesianos de todas as cores me perdoem. Mas, é preciso uma intervenção ponderada e selectiva. Não se deve despejar milhões de euros nos sectores e actividades mais díspares, impulsivamente e à pressa. Nestas circunstâncias quem mais beneficia é quem se organiza melhor para expor os próprios argumentos, da forma mais convincente e junto das esferas mais oportunas do poder. A euforia e a omnipotência que se auto-atribuem os políticos não são de bom augúrio nestes tempos.

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